Prefeito tem até sexta (12) para promulgar Lei de reajuste aos agentes de saúde
Caso o prefeito Bruno Reis (União Brasil) não assine o documento, caberá a Geraldo Júnior (MDB), presidente da Câmara Municipal de Salvador, fazê-lo, na próxima sessão, na terça (16)
Foto: Domingos Júnior / Varela Net
O prefeito Bruno Reis (União Brasil) tem até esta sexta-feira (12) para promulgar a Lei do reajuste salarial para os agentes comunitários de saúde e de endemias de Salvador, após a derrubada do veto do executivo, que cancelava os benefícios aos trabalhadores. Como a decisão foi protocolada às 9h45 de quarta, Reis tem 48 horas de prazo para assinar o documento. Caso a lei não seja promulgada dentro do prazo legal e o gestor municipal opte por judicializar a questão, caberá a Geraldo Júnior (MDB), presidente da Câmara Municipal de Salvador (CMS), fazê-lo, na próxima sessão, na terça-feira (16).
Irritado após a derrubada do veto na sessão da última terça, o prefeito Bruno Reis concedeu uma coletiva de imprensa para a tarde desta quarta-feira (10), no Palácio Thomé de Souza, sede da Prefeitura, onde criticou a escolha do Legislativo da capital baiana.
De acordo com ele, o aumento proposto pela Câmara de 242% resultaria num impacto R$ 310 milhões nas contas. Bruno Reis informou que já negociava com a categoria um reajuste de 72%.
"Antes da Câmara cometer mais uma arbitrariedade, mais uma atrocidade cometida pelo presidente da Câmara, estávamos bem próximos de fechar o acordo. O que a prefeitura tinha colocado na mesa? Uma remuneração de R$3.358,90, isso representava a prefeitura colocar mais R$ 44 milhões-ano, chegar a R$ 121 milhões, enquanto o Governo Federal, que colocava R$ 55 milhões, estava colocando apenas mais R$ 40 milhões. Portanto, eu ia colocar mais que o Governo Federal, que queria e quer pagar o piso justo aos trabalhadores e agentes comunitários de saúde e endemias", pontuou o gestor.
"Eu não vou fechar UPA para pagar servidores. Eu não vou fechar hospital municipal, eu não vou deixar de coletar o lixo das pessoas, deixar de pagar o que estou pagando no transporte coletivo para que as pessoas deixem de rodar", continuou.
Ainda assim, Bruno Reis afirmou que continua disposto para buscar possibilidades e dialogar com a categoria. "Continuo disposto a buscar caminhos. Mas, nada vai tirar a regra de ouro dessa gestão, que é a arrecadar mais e gastar menos, nem que tenha que passar por cima do meu cádaver", completou o prefeito de Salvador.
Em meio a esse imbróglio, a categoria segue acompanhando tudo de perto e espera o cumprimento do artigo 3º da Emenda Constitucional 120. "No dia 13, estaremos em assembleia, em frente à Câmara de Vereadores e à sede da prefeitura pedindo a promulgação e que o prefeito Bruno Reis pague o que é nosso por direito, o mais rápido possível. Não queremos entrar na briga política entre prefeitura e câmara de vereadores", Enadio Pinto, um dos líderes da categoria.
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