Estudo mostra que Brasil é o país onde a extrema-direita mais avança no mundo

O Brasil é o país onde o extremismo de direita mais avança no mundo. É o que aponta o levantamento feito pela ONG Anti-Defamation League (ADL).

Segundo publicação do jornal O Globo, os dados do Observatório da Extrema-Direita realizados em universidades brasileiras, o país já conta com 530 células espalhadas. O estado de São Paulo é o local onde se concentra o maior número de grupos, sendo 137 no total. A cidade de São Paulo conta com 51 células. 

O Rio de Janeiro também aparece em destaque no levantamento, com 36 células. Em Nitéroi, também no Rio, foram localizados dois grupos, sendo que um deles é o responsável ao ataque à sede do Porta dos Fundos, em 2019.

A estimativa é que hoje 15% da população brasileira se identifique como de extrema-direita. Desses grupos, existem variantes como o Hitlerismo/Nazismo, Fascismo, Negação do Holocausto, Supremacista, Criatividade Brasil, Radical Catolicismo, Neo-Paganismo Racista, Ultranacionalista Branco e Masculinismo Supremacia Misógina. 

A eleição do presidente Jair Bolsonaro, em 2018, é visto como um fator que colabora para o avanço dos movimentos de extrema-direita no país. 

“Nossa extrema direita tem várias facetas, vertentes, origens e tradições históricas. Um setor busca se articular em torno de Bolsonaro, mas outros vão além. Incorporam a quarta teoria política russa, assim como expressões da Ucrânia, Estados Unidos e do centro da Europa. Mesmo se Bolsonaro não se reeleger, a extrema direita permanecerá”, explicou o professor de História Contemporânea da Universidade Federal de Juiz de Fora, Odilon Caldeira, ao jornal O Globo.