Glauber Braga completa 84 horas de greve de fome na Câmara: “Levarei a disputa até o limite”
Deputado do PSOL protesta contra relatório que recomenda sua cassação após confronto com manifestante; equipe médica monitora saúde e afirma que sinais vitais estão estáveis

Foto: LULA MARQUES/AGÊNCIA BRASIL
O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) completou 84 horas em greve de fome neste sábado (12), permanecendo dentro das dependências da Câmara dos Deputados como forma de protesto contra o relatório aprovado pelo Conselho de Ética que pede a cassação de seu mandato.
Segundo sua equipe, apesar do tempo prolongado sem alimentação sólida, os sinais vitais do parlamentar seguem estáveis. Acompanhado por médicos, Glauber está mantendo hidratação com água, água de coco e soluções isotônicas, além de receber visitas médicas duas vezes ao dia. “No geral, está em bom estado, apesar de algum abatimento, o que certamente se explica pelo seu jejum, ainda que seu brio seja indiscutível”, afirmou o médico Bernardo O. Ramos.
Glauber está dormindo cerca de quatro horas por noite em um dos plenários da Casa Legislativa, onde permanece desde quarta-feira (9), data em que o Conselho de Ética aprovou o parecer favorável à sua cassação. A decisão final ainda depende de votação em plenário, cuja data não foi definida pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
O caso
O processo disciplinar contra o parlamentar teve origem em um episódio ocorrido em abril de 2024, quando Glauber foi flagrado agredindo com chutes e empurrões um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), grupo político de direita, nas dependências do Congresso.
O deputado, no entanto, afirma que a iniciativa de sua cassação é motivada por retaliações políticas, em especial por parte do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Segundo Glauber, sua postura crítica em relação ao chamado “orçamento secreto” teria desencadeado a articulação para retirá-lo do mandato.
Na quarta-feira, ao anunciar a greve de fome, Glauber declarou: “Não perderei para Arthur Lira. Levarei essa disputa política até o limite.”
Enquanto a votação definitiva não ocorre, o deputado promete seguir em jejum, sob os cuidados da equipe médica, reforçando o caráter de protesto político do ato.