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Dólar volta a subir e bate R$ 5,75

Tarifas de Donald Trump foram principal fator

| Autor: Redação

Foto: Reprodução/Freepik

Analistas apotam que essas declarações reacenderam temores de uma nova onda de conflitos comerciais globais. “As tarifas de Trump podem elevar os custos de bens nos EUA, pressionar a inflação e reduzir o consumo, com reflexos em parceiros comerciais como o Brasil”, explica Mariana Costa, economista-chefe da consultoria Valor Invest. A ameaça de sobretaxar países que negociem com a Venezuela também levanta preocupações geopolíticas, podendo isolar ainda mais o mercado energético venezuelano e impactar indiretamente o Brasil, que mantém relações comerciais na região.

No cenário doméstico, o mercado reagiu com cautela às falas de Fernando Haddad durante um evento promovido pelo jornal Valor Econômico. Pela manhã, o ministro afirmou estar “confortável” com a estrutura do arcabouço fiscal conjunto de regras que regula os gastos públicos no Brasil –, mas não descartou possíveis ajustes nos parâmetros caso as circunstâncias mudem. A declaração inicial gerou incerteza entre investidores, que temem uma flexibilização das metas fiscais, levando o dólar a atingir a máxima de R$ 5,77 por volta das 9h50.

Haddad tentou conter os ruídos ao publicar um esclarecimento na rede social X, afirmando que “os parâmetros podem até mudar, se as circunstâncias mudarem”, mas reiterando o compromisso do governo com as metas estabelecidas. Apesar do recuo temporário da cotação para cerca de R$ 5,73, o mercado permaneceu volátil, influenciado pelo noticiário internacional e pela percepção de risco fiscal no Brasil. “Qualquer sinal de que o arcabouço possa ser alterado acende um alerta, pois o mercado ainda vê o ajuste fiscal como essencial para a estabilidade econômica”, comenta João Silva, analista da XP Investimentos.

Enquanto as bolsas norte-americanas – como o S&P 500 (+1,76%) e o Nasdaq (+2,27%) – registraram ganhos impulsionados por ações de tecnologia, como a Tesla (+12%), o Ibovespa seguiu na contramão, refletindo preocupações locais. A queda de 0,77% foi atribuída tanto ao receio com o quadro fiscal brasileiro quanto à realização de lucros após dias de relativa estabilidade. “O Brasil está mais exposto às oscilações do dólar e às políticas de Trump do que outros mercados emergentes, devido à dependência de exportações de commodities”, observa Costa.

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