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Ex-ministros do STF assinam manifesto a favor da democracia e contra Bolsonaro

Ex-ministros do STF assinam manifesto a favor da democracia e contra Bolsonaro

Celso de Mello foi convidado a ler carta em ato público

| Autor: Redação

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Quatro ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) já fazem parte do manifesto organizado por juristas contra o discurso golpista do presidente Jair Bolsonaro, e em defesa do processo eleitoral. O manifesto será apresentado publicamente no dia 11 de agosto, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

A intenção dos organizadores é fazer a reedição de uma manifestação histórica que aconteceu no mesmo local em 1977, contra a ditadura militar, com a leitura de uma carta que denunciava as arbitrariedades do regime e defendia o retorno da democracia.

Agora, uma nova carta pública foi escrita por um grupo com juízes, procuradores e advogados e será lida no ato como uma convocação “às brasileiras e aos brasileiros a ficarem alertas na defesa da democracia e do respeito ao resultado das eleições”.

“Ao invés de uma festa cívica, estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições”, diz um trecho da carta.

Conforme os organizadores, mais de mil integrantes da magistratura, do Ministério Pública, da Defensoria Público, da advocacia, tribunais de contas e outras personalidades já assinaram a carta, que pretende passar um recado duro ao chefe do Planalto, com o início oficial da campanha eleitoral se aproximando.

Entre os signatários do manifesto estão os ex-ministros do STF Celso de Mello, Carlos Ayres Britto, Cesar Peluso e Eros Grau. Celso de Mello, que se aposentou durante o atual governo, em 2020, foi convidado para ler a carta às 11 horas da manhã do dia 11, no pátio da USP.

O grupo quer que seja um ato suprapartidário. Uma menção direta a Bolsonaro foi suprimida do texto original para evitar a partidarização do movimento, que também recebeu a anuência da ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge e de mais de 100 juízes federais.

“O que nos une é a defesa da democracia, das regras do jogo”, afirma o juiz federal Ricardo Nascimento, um dos organizadores do ato.

No mesmo dia e mesmo local também será realizado um ato da Federação das Indústrias de São Paulo, a Fiesp, em defesa das instituições, em especial o STF e o Tribunal Superior Eleitoral, que têm sido constantemente atacados por Bolsonaro e seus apoiadores.

A entidade, que foi por muito tempo comandada por Paulo Skaf, próximo de Bolsonaro, é presidida hoje por Josué Gomes, filho de José Alencar, que foi vice do ex-presidente Lula nos dois mandatos do petista (2003-2010). O objetivo é mostrar que uma parcela expressiva do PIB nacional também defende o processo eleitoral e confia nas urnas eletrônicas.

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