Após crime, suspeita ligou para familia da vitima informando a morte do marido
Homem foi morto enquanto tomava banho na casa onde vivia, em Luís Eduardo Magalhães e a esposa, suspeita do crime foi presa
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Momentos após saber que o irmão havia sido baleado durante o banho e morrido em uma unidade de saúde, Joseane de Cerqueira recebeu uma ligação desesperada da cunhada. Até então, ela não sabia que a mulher era suspeita de envolvimento no crime, que aconteceu no dia 6 de setembro, em Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia. De acordo com as informações do g1
“Eu nunca pensei que ela tinha feito isso com ele, porque ela ligou para mim chorando, gritando. Ela me consolou e eu a consolei”, disse.
José Vicente de Cerqueira Sena, de 40 anos, foi baleado dentro do banheiro da casa onde morava com a mulher e os dois filhos. Para tentar sobreviver, ele correu pela rua sem roupa, mas não resistiu aos disparos e caiu em um terreno baldio, perto da própria casa.
A mulher dele, cunhada de Joseane, foi presa no mesmo dia, por suspeita de participação. Na delegacia, ela confessou à polícia que foi a mandante do crime.
A ação criminosa aconteceu com os filhos do casal dentro de casa. As crianças estavam no quarto que fica a cerca de três metros de distância do banheiro, onde José Vicente foi baleado. A execução foi filmada pelas câmeras de segurança do imóvel.
Para a irmã da vítima, o envolvimento da cunhada foi uma grande surpresa para a família, que é natural de Feira de Santana, a 100 km de Salvador. Ao longo de toda a viagem até Luís Eduardo Magalhães, as cunhadas trocaram mensagens para resolver os detalhes do velório.
Ao chegar na cidade, Joseane não a encontrou em casa e foi informada, através de familiares da cunhada, que a esposa do irmão dela ela estava na delegacia "por questões de segurança". Apesar de ter achado a situação estranha, Joseane não buscou detalhes, por ter chegado na cidade à noite.
No dia seguinte, durante o velório do irmão, ela descobriu que a cunhada era suspeita de participação no crime.
“Não a vi no velório e perguntei para os amigos dele [vítima]. Eles contaram que ela estava presa e disseram que acreditavam que ela tinha mandado matar. Eu não quis acreditar”, relembrou.
Após o velório, um amigo da vítima, que é advogado, foi até a delegacia, buscou informações com o delegado e informou à família que a esposa de José Vicente havia confessado o crime.
Pagamentos em Pix
De acordo com Joseane, a suspeita encomendou o crime por R$ 18 mil. Desse valor, R$ 4 mil já havia sido pago no dia 4 de setembro, via pix, destinados para duas contas diferentes. Em uma, foi depositado R$ 3 mil; em outra, R$ 1 mil.
Os valores teriam sido repassados para o executor e para a pessoa que o indicou para o crime. A Polícia Civil não confirmou a informação.
Apesar da mandante ter sido presa, o executor e o motorista que o levou até o local ainda não foram encontrados pela polícia.
O casal era dono de uma loja de confecções na cidade e , segundo a polícia, a suspeita contou que a motivação do crime teria sido divergências em relação aos negócios e que era ameaçada de morte pelo marido. A irmã da vítima não acredita nessa versão.
"Eu não acredito que tenha sido por isso, pois ela tomava conta de tudo [loja]. Eles eram casados de papel passado, se não estava dando certo, podiam se separar. As coisas seriam divididas meio a meio", contou.