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Bispo Bruno Leonardo se manifesta após ser mencionado em relatório da Polícia Federal

Bispo Bruno Leonardo se manifesta após ser mencionado em relatório da Polícia Federal

O bispo é investigado por transações suspeitas

| Autor: Redação

Foto: Reprodução/Redes Sociais

O bispo Bruno Leonardo, líder da Igreja Batista Avivamento Mundial, sediada em Salvador, quebrou o silêncio nesta sexta-feira (28), após ser citado em um relatório da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) sobre transações suspeitas envolvendo sua igreja. O documento, oriundo da Operação Mafiusi, aponta sete transferências no valor total de R$ 2,2 milhões feitas entre 2021 e 2022 para a Starway Locação de Veículos, empresa investigada por supostamente lavar dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC). Em seu pronunciamento, o bispo classificou o caso como uma possível "perseguição" e afirmou estar à disposição da Justiça para esclarecimentos.

No comunicado, Bruno Leonardo revelou que seu advogado esteve em Curitiba, onde o delegado responsável pela investigação informou que o processo corre em segredo de justiça. Segundo o bispo, o delegado esclareceu que as transações se referem à compra de veículos pela igreja junto à Starway, mas não apresentou detalhes adicionais devido à natureza sigilosa do inquérito. O religioso, que comanda um canal no YouTube com mais de 50 milhões de seguidores e acumula 9,7 milhões no Instagram, negou qualquer vínculo com o tráfico de drogas ou atividades criminosas, enfatizando sua trajetória como líder espiritual e a lisura de suas operações.

A Operação Mafiusi, que deu origem ao relatório, tem como alvo principal Willian Barile Agati, apontado como "concierge" da cúpula do PCC e responsável por uma rede de empresas de fachada usadas para lavagem de dinheiro proveniente do tráfico internacional de drogas. A Starway Locação de Veículos, citada nas transações com a igreja de Bruno Leonardo, é uma dessas empresas sob suspeita. Apesar de o bispo não figurar como investigado, a ausência de notas fiscais que justifiquem os R$ 2,2 milhões transferidos levantou questionamentos do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o que levou seu nome a ser mencionado nos autos. A PF ainda não se pronunciou oficialmente sobre o envolvimento da igreja no caso.

A repercussão da citação gerou intensa movimentação nas redes sociais, onde Bruno Leonardo é uma figura influente, especialmente após ele bloquear comentários em suas publicações no Instagram na quinta-feira (27). O caso coloca em xeque a reputação do líder religioso, conhecido por lotar eventos como o da Arena Fonte Nova e por ações sociais, como doações milionárias a hospitais. Enquanto a investigação avança em segredo de justiça, o bispo e seus seguidores aguardam novos desdobramentos, com a promessa de que a verdade virá à tona. Até lá, o episódio segue alimentando debates sobre a relação entre igrejas e movimentações financeiras suspeitas no Brasil.

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