Jovem é agredida em bar após criticar Bolsonaro
'Vai apanhar que nem homem', teria dito agressor
Foto: Reprodução/
Em Angra dos Reis, Rio de Janeiro, uma jovem de 19 anos foi agredida em um bar, depois de, em uma conversa com amigos, serem feitas críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com o relato de testemunhas, outro cliente do estabelecimento, ao ouvir os comentários, saiu em defesa de Bolsonaro e deu início a uma discussão, que acabou culminando em sua expulsão do local pela proprietária. Depois, ele retornou com um pedaço de madeira e atacou o grupo, atingindo Estefane de Oliveira Laudano com um golpe na cabeça.
— Estávamos conversando e eu vi o status de um amigo numa rede social, que dizia: "Minha bandeira é verde e amarela". Embaixo, menor, completava com um "mas meu voto é 13", só que na hora eu não notei, então comentei com a minha irmã, brincando: "Ué, gente, ele vota no Bolsonaro? Não tenho amigo bolsonarista não" — conta Esther de Oliveira Laudano, de 24 anos, irmã da vítima: — Nesse momento, esse homem, que eu nunca vi na vida, já se intrometeu dizendo que era Bolsonaro, perguntando qual era o problema. Respondi que nenhum, que ele estava no direito, mas que ninguém havia falado com ele.
Segundo Esther, o agressor insistiu nas ofensas, aos gritos, até que a dona do bar pediu para que ele se retirasse. De acordo com a jovem, o agressor parecia alterado, como se estivesse embriagado.
— Ele me chamou de "maria-homem" e disse que era "gente que nem a gente que vota no Lula". Depois, foi embora, mas não demorou para voltar com esse pedaço de madeira. Começou a berrar que, "se eu era homem, então iria apanhar que nem homem". Eu parei na frente dele e falei: "Então bate".
Estefane teria, então, entrado no meio da discussão, tentando afastar o agressor, que revidou, e ela acabou atingida pela quina do pedaço de madeira, que fez o corte em sua cabeça.
— Minha primeira reação foi partir pra cima dele, dando uns socos, mas quando olhei para trás vi minha irmã no chão, toda cheia de sangue, pedindo ajuda. Ela não conseguia se mexer, só tremia e gritava. Era uma imagem horrível — relata Esther.