Homem se isola e passa 55 anos longe de civilização por 'medo de mulher'
O homem tem 71 anos e vive em um pequeno vilarejo em Rwanda

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Callixte Nzamwita, um ruandês de 71 anos, vive isolado há 55 anos em uma pequena casa cercada por uma cerca de madeira de 4,5 metros, em um vilarejo em Rwanda, devido a um medo profundo de mulheres. Desde os 16 anos, quando decidiu se trancar para evitar qualquer contato com o sexo oposto, Callixte não sai de sua propriedade, onde faz tudo, desde cozinhar até dormir e se aliviar sem nunca cruzar a barreira que construiu. “Eu me tranquei aqui e coloquei uma cerca alta para garantir que mulheres não se aproximem de mim”, disse ele em uma rara entrevista ao canal Afrimax English, em 2023. Sua história, que viralizou recentemente, revela não apenas uma vida de solidão, mas também a complexidade de um medo que o aprisionou por décadas.
Acredita-se que Callixte sofra de ginofobia, um medo irracional e intenso de mulheres, que, embora não seja oficialmente reconhecido como transtorno mental, é classificado como uma fobia específica. Especialistas sugerem que a condição pode ter raízes em traumas de infância ou experiências negativas, mas Callixte nunca compartilhou detalhes sobre o que o levou a esse extremo. Apesar de seu isolamento, ele não vive completamente sozinho: as mulheres da comunidade, que ele tanto teme, são as mesmas que o ajudam a sobreviver, jogando comida, roupas e outros itens por cima da cerca. “Ele não nos deixa chegar perto ou falar com ele, mas aceita o que oferecemos à distância”, contou uma vizinha ao Afrimax. Essa relação paradoxal mostra um equilíbrio delicado entre o medo de Callixte e a compaixão de quem o cerca.
A vida de Callixte é marcada pela simplicidade e pela reclusão. Dentro de sua casa, ele criou um espaço funcional, com uma cama improvisada feita de folhas e tecidos, um canto para cozinhar e outro para suas necessidades básicas — tudo em um único cômodo sem banheiro. Apesar de sua fragilidade física, visível em vídeos recentes, ele parece determinado a manter esse estilo de vida. “O jeito que eu vivo é suficiente para mim. Não tenho interesse em ter uma mulher por perto, e estou bem com isso”, afirmou. No entanto, especialistas alertam que o isolamento prolongado, como o dele, pode trazer sérios riscos à saúde mental e física, incluindo depressão, ansiedade e até declínio cognitivo, levantando questões sobre o impacto de uma vida tão solitária.