Espécie extinta a mais de 10 mil anos pode ter sido ‘revivida’ por cientistas; Entenda
A recriação da espécie foi feita a partir de DNA extraído de fósseis

Foto: Divulgação/Colossal Biosciences
Em um marco histórico para a ciência, pesquisadores da empresa de biotecnologia Colossal Biosciences anunciaram nesta segunda-feira (7), a 'ressurreição' do lobo gigante (Aenocyon dirus), uma espécie extinta há mais de 10 mil anos. Conhecido popularmente por sua aparição na série Game of Thrones, de George R.R. Martin, o animal foi recriado por meio de engenharia genética avançada. Utilizando DNA extraído de fósseis, como um dente de 13 mil anos encontrado em Ohio e um crânio de 72 mil anos descoberto em Idaho, os cientistas reconstruíram o genoma do lobo gigante e o combinaram com o de lobos cinzentos, seus parentes mais próximos ainda vivos, chegando assim á criação de três filhotes que foram nomeados de Romulus, Remus e Khaleesi e nasceram em um feito que está sendo celebrado como a primeira "desextinção" bem-sucedida da história.
O processo foi meticuloso: após anos de análise genômica, a equipe da Colossal identificou 20 diferenças-chave em 14 genes que definiam as características distintivas do lobo gigante, como seu tamanho avantajado, pelagem branca e dentes maiores. Esses genes foram editados no DNA de óvulos de lobos cinzentos, que depois foram implantados em mães surrogatas caninas. Os filhotes, nascidos em outubro de 2024 (Romulus e Remus) e janeiro de 2025 (Khaleesi), já exibem traços impressionantes da espécie ancestral, como o pelo branco que remete a Ghost, o lobo de Jon Snow na série de Martin. George R.R. Martin, que também é investidor da Colossal, emocionou-se ao ver os animais: “Muitos os viam como criaturas míticas, mas eles têm uma rica história no ecossistema americano”, declarou em comunicado.
Além de reacender a imaginação dos fãs de Game of Thrones, o projeto tem implicações científicas e ecológicas profundas. Os lobos gigantes, que outrora habitaram as Américas controlando populações de herbívoros e equilibrando ecossistemas, foram extintos no final da Era do Gelo, possivelmente devido à competição com outras espécies caninas ou doenças. Agora, vivendo em um santuário secreto nos Estados Unidos, os filhotes representam não apenas um avanço tecnológico, mas também uma esperança para a conservação. A mesma técnica utilizada para trazê-los de volta já resultou no nascimento de filhotes de lobos vermelhos, uma espécie criticamente ameaçada, demonstrando o potencial da genética para salvar animais em risco.
A iniciativa da Colossal Biosciences, que também trabalha na desextinção de mamutes e dodôs, levanta debates éticos e práticos. Enquanto alguns celebram a possibilidade de restaurar ecossistemas perdidos, outros questionam os impactos de reintroduzir espécies em um mundo tão alterado. Por enquanto, Romulus, Remus e Khaleesi permanecem em cativeiro, sendo alimentados com uma dieta de carne e ração especial.