CBF demite diretor Rodrigo Paiva após denúncias de assédio sexual e moral
Decisão da entidade foi tomada após sentença do Tribunal Regional do Trabalho

Foto: Divulgação
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou a demissão por justa causa do diretor de comunicação da entidade, Rodrigo Paiva. A decisão foi tomada após denúncias de assédio sexual e moral contra a ex-dirigente Luísa Xavier Rosa.
A decisão foi confirmada após a sentença do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, que multou a CBF em R$ 60 mil, a serem pagos à vítima. A partir de quinta-feira (19), Paiva está proibido de acessar a sede da CBF.
A sentença, divulgada em agosto de 2024, descreveu Paiva como tendo ultrapassado os limites profissionais ao tentar seduzir Rosa, utilizando trocas de mensagens de WhatsApp que, embora aparentemente amigáveis, indicavam assédio. O juiz destacou o comportamento de Paiva como assédio sexual e moral.
Na decisão, o juiz detalhou uma série de diálogos trocados entre os dois pelo WhatsApp, apontando que o comportamento do dirigente configurava assédio.
“Não bastasse todo o assédio moral sofrido pela reclamante, ela ainda foi vítima de assédio sexual. Com efeito, a reclamante junta trocas de mensagens com o Sr. Rodrigo Paiva… Em uma leitura superficial e descontextualizada, a conversa pode soar inocente e despretensiosa. Aliás, o tom da conversa é amistoso, mas aquilo que se extrai das suas entrelinhas permite concluir que o Sr. Rodrigo Paiva assediava a ré”, afirmou o juiz na sentença.
Em sua sentença, o magistrado faz referência ao Protocolo Para Julgamento com Perspectiva de Gênero, que considera como violência sexual qualquer investida não consensual, seja de natureza explicitamente sexual ou não.
“A fala do Sr. Rodrigo Paiva reflete a misoginia da sociedade, na qual a mulher é objetificada e relegada a um papel que se presta apenas à satisfação do prazer do homem, a algo para sua apreciação e deleite, a um mero instrumento para atender os seus interesses”, escreveu o juiz.