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Varíola dos macacos: Infectologista explica sobre diferentes aspectos da doença

Varíola dos macacos: Infectologista explica sobre diferentes aspectos da doença

O Varela Net conversou com o médico, dr. Adriano Oliveira, afim de tirar dúvidas relacionadas ao tema

| Autor: Letícia Cardoso*

Foto: Reprodução/ Organização Mundial de Saúde

Em meio a pandemia da Covid-19 (novo coronavírus), o final do primeiro semestre de 2022 trouxe consigo a irrupção de outra doença viral, a varíola dos macacos, que vem com certa rapidez se espalhando ao redor do mundo

No Brasil, segundo a Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, a primeira pessoa infectada pelo vírus Monkeypox - causador da varíola dos macacos - foi registrada na capital paulista, no dia 9 de maio deste ano.

O paciente foi identificado como um homem na faixa dos 40 anos, que alguns dias antes do seu resultado positivo, havia realizado viagens ao continente europeu - onde um crescimento significativo de número de casos vem sendo diariamente contabilizado.

Assim como o primeiro infectado brasileiro, os demais casos registrados no país são de pessoas com perfis similares - que estavam em viagem ou que entraram em contato com pessoas que viajaram para países europeus há pouco tempo. 

Por conta disso, e da memória recente de um cenário de reclusão geral, causado pelo surto de coronavírus, a população se mostra cada vez mais apreensiva diante da possibilidade que a varíola dos macacos possa evoluir para um quadro epidêmico ou pandêmico.

Pensando em tirar algumas dúvidas a respeito do tema, o Varela Net conversou com um infectologista, Dr. Adriano Oliveira, que explicou de maneira detalhada sobre a varíola dos macacos e seus diferentes aspectos.

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Sintomas 

“Varíola dos macacos é uma doença onde o principal achado são vesículas que tendem a ficar purulentas na pele, e elas nascem todas por igual.”, explicou o especialista. As vesículas purulentas, citadas anteriormente, são aquelas que apresentam o aparecimento de pus.

“Outra característica da varíola dos macacos, diferente da varíola comum, que é uma doença extinta, é que ela apresenta o aumento de glândulas, na região do pescoço… Tem outras características de doenças virais como um todo, como febre, dores pelo corpo, sensação de mal estar…”, concluiu.

Caso uma pessoa apresente algum desses sintomas, o ideal é procurar por um serviço médico, de preferência um infectologista, para que a confirmação seja feita adequadamente por um profissional especializado.

Transmissão

“A doença é transmitida predominantemente por contato, então a pessoa que é suspeita tem que ser isolada de contato físico e próximo. A transmissão via aérea é possível, mas improvável, a não ser que a pessoa viva muito tempo com a outra, sob o mesmo teto, no mesmo ambiente e em contato muito próximo.”, afirmou.

Sendo assim, o Dr. Adriano Oliveira caracteriza este tipo de propagação como difícil, e que por conta disso, avalia que seja improvável que a doença evolua para o quadro de epidemia. 

“A possibilidade de uma doença se espalhar feito epidemia existe quando os mecanismos de transmissão são extremamente facilitados, não é o caso da varíola dos macacos, que é uma doença de transmissão difícil. Você precisa ter contato próximo da pessoa que está contaminada, então é improvável que tenhamos uma epidemia de varíola dos macacos.”

Combate 

Sobre uma possível forma de combate contra a doença, o infectologista defende que o ideal seria investir na vacinação.“Se a gente perceber que está se espalhando devemos procurar fazer a vacinação. Vale lembrar para a varíola humana protege, diminui 80% a chance de você desenvolver a varíola dos macacos, porém a vacina criada para a varíola, que foi a primeira vacina de todas as vacinas, ela existe em pouquíssima quantidade no planeta e é de tecnologia muito antiquada, portanto teríamos que refazer uma vacina e de preferência com a tecnologia mais avançada.”, concluiu.

*Sob a supervisão do editor Rafael Tiago Nunes

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