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Março lilás: conscientização do câncer de colo do útero

Março lilás: conscientização do câncer de colo do útero

Terceiro tipo de câncer que mais atinge mulheres no Brasil. Especialista alerta sobre a importância da prevenção

| Autor: Erika Reis*

Foto: Reprodução/ Hospital Presidente

Também conhecido como câncer cervical, o câncer de colo do útero é o terceiro tipo que mais atinge mulheres no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), com uma taxa de incidência de 13,25 casos a cada 100 mil mulheres. Em 2023, ainda de acordo com o INCA, foram estimados 17.010 novos casos. 

A principal causa da doença é a infecção por alguns tipos do Papilomavírus Humano, popularmente chamado de HPV, que se dá pelo contato direto com a pele ou mucosa infectada.  

Com a preocupação, a campanha do março lilás foi criada como incentivo de prevenção e alerta às brasileiras. Ao redor do país, ações são feitas através de hospitais e outras instituições de saúde em prol da causa. Em Salvador, por exemplo, o Hospital da Mulher e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) aderiram ao Movimento Nacional do Março Lilás. 

Prevenção e tratamento 

Apesar dos sintomas silenciosos, o câncer de colo do útero pode ser prevenido por meio de exames e métodos contraceptivos. 
 
Em entrevista concedida ao Varela Net, a doutora Izabella Moura, oncologista nos hospitais da Mulher e Aristides Maltez, na capital baiana, alerta sobre a importância da prevenção:

“ Câncer de colo uterino é prevenível, o ideal é que as mulheres comecem a se cuidar assim que iniciarem a vida sexual. Além do preventivo, ou exame papanicolau, a vacina contra o HPV são excelentes ferramentas de combate a doença. Lembrando sempre também do método de barreira (camisinha)”. 

Quanto ao tratamento, cirurgias, quimioterapia e radioterapia são os principais meios para combater o câncer. Ainda de acordo com a doutora Izabella, “deve-se individualizar cada caso e as indicações específicas”. 

A boa notícia é que, neste mês, foi lançada no Brasil uma nova vacina nonavalente contra o HPV, que pode evitar ainda mais casos do câncer cervical. Desenvolvida pela MSD Brasil, a Gardasil 9 pode prevenir até 90% dos casos da doença. O imunizante, por enquanto, pode ser comprado e aplicado por um agente de saúde em clínicas privadas ou postos do SUS.  

“(...) a vacina soa super eficaz e comprovadamente ajuda na prevenção do HPV, que é a principal causa de câncer do colo uterino (...)”, confirma a oncologista Izabella Moura. 

Quem se previne?

A campanha do Março Lilás obteve bons resultados. Apoiadora da causa, Judite de Oliveira Santos, de 48 anos, moradora do bairro de Matatu de Brotas, em Salvador, faz exames preventivos e check-up médico anualmente. 


“Frequento o ginecologista desde os 21 anos. Tenho uma prevenção frequente. Não demoro mais que dois anos para ir ao médico”, conta em entrevista ao Varela Net. 


A preocupação de Judite também se deve a um episódio que ocorreu com sua mãe, que teve o câncer de útero e precisou fazer cirurgia para a retirada do órgão em 1996. Na época, ela e a irmã, Maria Neide Oliveira Silva, agora com 62 anos, foram aconselhadas pelos médicos que cuidaram da mãe a sempre se prevenirem e manterem o acompanhamento médico, por conta do histórico familiar. 


Mulheres com parentes de primeiro grau que tiveram câncer de colo do útero têm um risco maior de desenvolver a doença do que aquelas que não tem casos de doença na família, afirmam especialistas. 


Após o tratamento e cirurgia, a mãe ficou bem. 


O episódio serviu de lição e alerta para o câncer cervical nas mulheres da família. Tanto foi que, hoje, dona Judite, mãe de Sophia Malheiros, de 15 anos, incentiva e acompanha a filha nas consultas ao ginecologista.

 
“Hoje tenho uma filha de 15 anos. Já avisei a ela e já oriento ela nesse sentido. Levo ela ao ginecologista desde cedo”, relata Judite.  
 

*sob supervisão de Cristiane Campos
       
 

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