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Acidentes domésticos: cuidados essenciais para prevenir quedas entre Idosos

Acidentes domésticos: cuidados essenciais para prevenir quedas entre Idosos

deles. Segundo dados do Ministério da Saúde, 70% das quedas em idosos acontecem dentro de casa, afetando especialmente aqueles com mais de 65 anos

| Autor: Ramilton Silva

Foto: Freepik

Acidentes domésticos envolvendo idosos estão cada vez mais frequentes e são uma preocupação grande no Brasil e no mundo. Um exemplo recente foi o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que sofreu uma queda no Palácio da Alvorada enquanto cortava e lixava as unhas sentado em um banquinho. Na queda, ele bateu a cabeça e acabou com um corte na parte de trás. Esse tipo de acidente é comum entre os mais velhos e pode causar sérios problemas, como dificuldades para se mover ou até perda de mobilidade, o que afeta bastante a saúde e a qualidade de vida dos idosos.

Quedas são um dos acidentes mais comuns com idosos e representam um grande risco para a saúde deles. Segundo dados do Ministério da Saúde, 70% das quedas em idosos acontecem dentro de casa, afetando especialmente aqueles com mais de 65 anos. Entre os idosos com mais de 80 anos, as quedas são ainda mais frequentes, e o risco de morte relacionado a esses acidentes é até seis vezes maior. Recentemente, além do caso do presidente, o Brasil lamentou as mortes dos cantores Nahim e Agnaldo Rayol, que também se acidentaram ao cair. Esses casos mostram o quanto é essencial fazer adaptações nas casas para garantir a segurança dos idosos.

Em entrevista, o médico Leonardo Oliva, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, explicou as principais causas das quedas entre idosos. Segundo Oliva, esses acidentes têm duas causas principais: as intrínsecas, relacionadas ao próprio idoso, e as extrínsecas, que estão no ambiente. As causas intrínsecas incluem fatores como fraqueza e perda de força muscular, redução do equilíbrio e problemas de locomoção, que tornam o idoso mais vulnerável a quedas.

“Além disso, problemas de visão, problemas de audição, doenças neurológicas, que podem alterar essas situações, então essas são situações próprias do indivíduo. E a gente tem fatores que são externos, relacionados principalmente ao ambiente, então obstáculos no ambiente, tapete, peso de porta, piso escorregadio, degraus sem sinalização, questões relacionadas à iluminação desse ambiente, iluminação inapropriada, questões relacionadas ao próprio calçado do indivíduo, calçado inapropriado que favorece a queda.”

Cuidar da saúde dos idosos vai além de prevenir acidentes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que as políticas de saúde incentivem atividades físicas, alimentação saudável e o acesso a exames e tratamentos específicos para os idosos. Fazer exercícios de fortalecimento muscular, por exemplo, ajuda a manter a autonomia e diminui o risco de lesões. Programas de apoio à saúde mental também são importantes, já que o isolamento pode afetar a saúde psicológica dos mais velhos.

Ainda em entrevista, o Dr. Leonardo Oliva comentou sobre o recente acidente do presidente Lula e falou sobre as recomendações para casos semelhantes. Oliva explicou que, em uma queda como a de Lula, as primeiras ações são avaliar o idoso para identificar possíveis fraturas e verificar se houve um trauma significativo na cabeça. Ele enfatiza que, mesmo em quedas da própria altura e não de escadas ou lugares altos, há risco de fraturas e de lesões na cabeça que precisam de atenção. Traumas na cabeça são considerados graves se acompanhados de sinais como desmaio, vômito após a queda e confusão mental, que devem ser monitorados de perto para evitar complicações.

“Esses são sinais de extrema gravidade e o paciente precisa ir ao setor de emergência para ser avaliado após uma queda que leve a isso. Obviamente, se o indivíduo está com muita dor, ele também precisa ser avaliado para a gente entender se houve alguma fratura, se tem a necessidade, ou lesão ligamentar, algumas vezes acontece também, não é a fratura do osso, mas a gente tem uma lesão nos ligamentos e que a gente vai precisar de algum tipo de atenção especial.”

O geriatra também destacou algumas adaptações essenciais para tornar a casa mais segura para idosos e reduzir o risco de quedas. Ele explica que certos ambientes, como banheiros, merecem atenção redobrada, já que pisos molhados são especialmente perigosos. No banheiro, é recomendado instalar pisos antiderrapantes e barras de apoio, tanto perto do vaso sanitário, para ajudar a sentar e levantar, quanto dentro do box. Oliva alerta sobre o risco de quedas no box de vidro, pois o idoso pode tentar se apoiar e acabar caindo e se machucando. Tapetes soltos também são um problema comum, pois o idoso pode escorregar ou tropeçar nas bordas. Outra área que exige cuidados é a lavanderia, onde o chão pode ficar molhado, especialmente embaixo do varal, sendo importante manter o espaço seco e sem obstáculos para garantir a segurança dos idosos.

“E no resto da casa, iluminação adequada, sem móveis pelo caminho, principalmente móveis pequenos, pesos de porta, isso são modificações que a gente pode fazer para minimizar o risco de queda, além daquilo que eu já citei em uma outra resposta, que é ter os objetos mais à mão possível, numa altura que não precisa o idoso nem se abaixar muito para pegar, nem ter que se esticar muito ou subir em algum outro escada ou banco para pegar esses objetos.”

Para garantir a segurança e o bem-estar dos idosos em casa, é fundamental adotar medidas de prevenção e criar um ambiente mais adaptado às necessidades deles com pequenas mudanças dentro da própria residência. Além disso, familiares e cuidadores devem estar atentos e oferecer apoio constante. A prevenção é o melhor caminho para proporcionar uma vida mais tranquila e saudável para os idosos, promovendo sua autonomia e qualidade de vida.


 

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