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Reviravolta e polarização: relembre o ano de 2022 na política

Reviravolta e polarização: relembre o ano de 2022 na política

Na Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT) derrota o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), considerado favorito na disputa pelo governo baiano

| Autor: Cássio Moreira

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/Jefferson Rudy/Agência Senado/Domingos Júnior/Varela Net

O ano de 2022 foi intenso para a política local e nacional. Na Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT) foi eleito governador após derrotar o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil). Na disputa pela sucessão presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu vitorioso.

Desistência de Wagner e vitória de Jerônimo Rodrigues

A candidatura do então secretário estadual de Educação, Jerônimo Rodrigues (PT) ao governo da Bahia, surgiu em março deste ano, após a desistência do senador e ex-governador Jaques Wagner (PT), até então pré-candidato. O também senador e ex-governador Otto Alencar (PSD) chegou a ter seu nome colocado para a disputa, mas prevaleceu o desejo do PT de ter um nome próprio. 

As primeiras pesquisas de intenção de voto mostravam o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), favorito para vencer ainda no primeiro turno, seguido pelo candidato petista e pelo ex-ministro da Cidadania, João Roma (PL), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Nas urnas, porém, uma surpresa: Jerônimo obteve 49,45% dos votos no primeiro turno, contra 40,80% de ACM Neto. No segundo turno, se repetiu o cenário, com a vitória do ex-secretário. Para o Senado, Otto Alencar foi reeleito para um novo mandato de oito anos. 

Pulou o muro 

Fato comum na política, a mudança de lado também ficou marcada na eleição estadual. Vice do governador Rui Costa (PT), João Leão (PP) migrou para o grupo político de ACM Neto e lançou a pré-candidatura ao Senado. Meses depois, o líder pepista recuou, deixando a vaga na chapa para o deputado federal Cacá Leão (PP), seu filho. O mesmo caminho foi feito pelo deputado federal Marcelo Nilo (Republicanos), que deixou a base governista e migrou para a oposição. 

Do outro lado, o presidente da Câmara Municipal de Salvador (CMS), Geraldo Júnior (MDB), deixou o grupo de Neto e foi indicado para o posto de vice da chapa encabeçada por Jerônimo Rodrigues. A aliança marcou o retorno do MDB para o grupo governista. 

Simone Tebet

A senadora Simone Tebet (MDB) é uma das grandes surpresas da política em 2022. Candidata ao Palácio do Planalto, a emedebista superou as expectativas e cresceu durante a campanha, ficando na terceira colocação. Ela optou apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno contra Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição. 


Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Disputa polarizada e eleição de Lula 

Após recuperar todos seus direitos politicos, o ex-presidente Lula (PT) decidiu ser candidato à presidência da República pela terceira vez. Em uma eleição marcada pelo acirramento com o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição, o petista chegou ao segundo turno. 

Na disputa mais apertada desde a redemocratização, Lula foi eleito para um terceiro mandato com 50,90% contra 49,10% do atual mandatário, que se tornou o primeiro presidente a não conseguir renovar o mandato. O presidente eleito, que terá como vice o ex-governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), toma posse no próximo domingo (1º).


 

Atos antidemocráticos

Logo após a confirmação da eleição de Lula, no dia 30 de outubro, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) começaram a ocupar rodovias e portas de quartéis em todo o país, contestando o resultado da eleição presidencial. Sem provas, o grupo acredita na possibilidade de fraude nas urnas eletrônicas, mesmo com as autoridades eleitorais comprovando que não tem como alterar os votos depositados no dispostivo. 

Na véspera do Natal (24), um bolsonarista, identificado como George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, foi preso após planejar um atentado com explosivos em Brasília. Em depoimento, o empresário disse que estava "preparado para matar ou morrer".

 

“A minha ida a Brasília tinha como propósito participar dos protestos que ocorriam em frente ao QG do Exército e aguardar o acionamento das Forças Armadas para pegar em armas e derrubar o comunismo. A minha ideia era repassar parte das minhas armas e munições a outros CACs [caçadores, atiradores e colecionadores] que estavam acampados no QG do Exército assim que fosse autorizado pelas Forças Armadas”, disse. 

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