MPF solicita afastamento de diretor da PRF após manifestação pró-Bolsonaro
Órgão pediu afastamento de Silvinei Vasques por 90 dias
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Foi solicitado pelo Ministério Público Federal (MPF) o afastamento de Silvinei Vasques por 90 dias. O diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) é acusado de ter feito “uso indevido do cargo” ao pedir votos para o presidente Jair Bolsonaro (PL) e não ter tomado providências a respeito dos bloqueios das rodovias no Nordeste no dia das eleições.
Segundo o MPF, o diretor usou a instituição para fazer uma ação política-partidária. "A vinculação constante de mensagens e falas em eventos oficiais, sempre associando a própria pessoa do requerido à imagem da instituição PRF e concomitantemente à imagem do Chefe do Poder Executivo federal e candidato à reeleição para o mesmo cargo, denotam a intenção clara de promover, ainda que por subterfúgios ou mal disfarçadas sobreposição de imagens, verdadeira propaganda político-partidária e promoção pessoal de autoridade com fins eleitorais", diz trecho do documento, divulgado pela Metrópoles.
O primeiro caso envolvendo Vasques aconteceu às vésperas das eleições, quando ele usou as redes sociais para pedir votos para o presidente Bolsonaro, que foi candidato à reeleição. Em sua conta pessoal no Instagram, o policial escreveu "vote 22, Bolsonaro presidente", junto com uma imagem da bandeira do Brasil. Posteriormente, a publicação foi apagada.
Já no dia das eleições do segundo turno, a PRF fez uma grande ação em estradas da região Nordeste, maior reduto eleitoral do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), impedindo que os nordestinos votassem. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, mandou Vasques informar imediatamente os motivos pelas quais a corporação estaria fazendo bloqueios em estradas federais.
Conforme relatos, apenas os eleitores petistas estavam sendo abordados e impedidos de seguir viagem. Na ocasião foram identificados indícios de omissão da corporação.