Lula defende veto a taxação de importados em projeto polêmico no Congresso

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) posicionou-se firmemente contra o projeto que reintroduziria o imposto de importação para compras no exterior de até US$ 50, afetando diretamente plataformas estrangeiras populares como Shein, Shopee e AliExpress. 

Em declarações feitas durante a visita do presidente do Benim, Patrice Talon, Lula classificou os produtos desses sites como "bugigangas" e questionou se competiam de fato com os produtos nacionais.

“Temos pessoas que viajam e tem US$ 500 no free shop e que têm isenção de US$ 1 mil, que são pessoas de classe média, cerca de 24 milhões da população que podem viajar para o exterior”, disse Lula.

“Como é que você vai proibir pessoas pobres, meninas moças que querem comprar uma bugiganga, um negócio de cabelo?”, acrescentou o presidente

Lula destacou que a medida poderia resultar em injustiças, sobretudo para as classes mais pobres, e ressaltou a existência de isenções para a classe média e alta, que já desfrutam de benefícios similares devido às viagens internacionais. Ele argumentou que impor taxas para itens de baixo valor afetaria desproporcionalmente aqueles que não têm acesso a produtos mais caros.

O presidente expressou sua disposição para negociar o assunto, inclusive recebendo o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Sua postura reflete uma abordagem cautelosa, buscando equilibrar interesses econômicos com preocupações sociais e de justiça tributária.