Insatisfeito com cartas pela democracia, Bolsonaro cria seu próprio manifesto
Presidente ironiza iniciativa organizada pela USP e chama carta da Fiesp de “nota política em ano eleitoral”
Foto: Clauber Cleber Caetano/PR
Com 27 palavras, incluindo seu nome completo e o cargo que ocupa, o presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou nas redes sociais a sua própria versão da “carta de manifesto em favor da democracia”.
"Por meio desta, manifesto que sou a favor da democracia. Assinado: Jair Messias Bolsonaro, Presidente da República Federativa do Brasil.”, escreveu no Twitter, dias depois de afirma que não precisava de "nenhuma cartinha" para declarar que defende a democracia. .
A atitude mostra a insatisfação de Bolsonaro com dois manifestos pela democracia escritos esta semana: a "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito", que recolhe assinaturas em um site e que já ultrapassou 300 milhões de adesões, e uma carta da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) em defesa da democracia que foi chamada de “nota política em ano eleitoral” pelo chefe do Executivo Federal.
Em um tweet posterior, um pouco mais extenso, com 44 palavras, o presidente da República questionou sobre o que seria ele deveria fazer para ser considerado “democrata” e insinuou que adversários políticos mantêm diálogo com narcotráfico e controlam a mídia.
"Se eu defender menos transparência nas eleições, financiar ditaduras comunistas na América Latina, manter diálogos cabulosos com o narcotráfico e tentar controlar a mídia, serei chamado de democrata? Ou na verdade isso não depende do que se diz, mas de que lado você está?".