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Delegado que prendeu Milton Ribeiro deixará setor que investiga políticos

Delegado que prendeu Milton Ribeiro deixará setor que investiga políticos

Segundo a Polícia Federal, Bruno Calandrini vai continuar comandando as investigações sobre suspeitas fraudes no MEC

| Autor: Redação

Foto: Reprodução/Youtube

O delegado Bruno Calandrini foi exonerado nesta terça-feira (28) do setor da Polícia Federal responsável por investigar autoridades com foro privilegiado. Ele é o chefe do inquérito que investiga o caso do suposto tráfico de influência no Ministério da Educação. 

Conforme nota divulgada nesta terça pela Federal, Calandrini vai continuar comandando as investigações sobre suspeitas fraudes no MEC.

A PF informou que foi o próprio delegado solicitou, ainda em maio, para deixar o cargo que ocupava na Coordenação de Inquérito nos Tribunais Superiores.

A mudança foi oficializada no dia 16 de junho, antes da operação que prendeu o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.

Segundo a Polícia Federal, Bruno Calandrini vai agora coordenar a Unidade Especial de Investigação de Crimes Cibernéticos “presidindo trabalhos investigativos sensíveis daquela unidade”.

Ele havia denunciado a colegas da PF, em mensagem interna, que sofreu interferência na execução da operação em que o ex-ministro foi detido.

De acordo com o delegado, houve “decisão superior” para que Ribeiro não fosse transferido para Brasília, conforme determinação judicial emitida por um juiz federal.

Por conta da "decisão superior", escreveu o delegado, ele deixou de ter "autonomia investigativa e administrativa para conduzir o Inquérito Policial deste caso com independência e segurança institucional".

"Falei isso ao Chefe do CINQ [Coordenação de Inquérito nos Tribunais Superiores, da Polícia Federal] ontem, após saber que, por decisão superior, não iria haver o deslocamento de Milton Ribeiro para Brasília e manterei a postura de que a investigação foi obstaculizada ao se escolher pela não transferência de Milton a Brasília à revelia da decisão judicial", escreveu o delegado na mensagem.

O delegado alegou que foram concedidas para Ribeiro "honrarias não existentes na lei".

"O principal alvo, em São Paulo, foi tratado com honrarias não existentes na lei, apesar do empenho operacional da equipe de Santos que realizou a captura de Milton Ribeiro, e estava orientada, por este subscritor, a escoltar o preso até o aeroporto em São Paulo para viagem a Brasília", escreveu.

Leia abaixo a íntegra de nota divulgada pela Polícia Federal:

Após tratativas iniciadas ainda no mês de maio do corrente ano, no dia 15/6/2022 houve a movimentação formal do DPF Calandrini para a DRCC/CGFAZ/DICOR/PF, onde irá coordenar a Unidade Especial de Investigação de Crimes Cibernéticos - UEICC presidindo trabalhos investigativos sensíveis daquela unidade.

O próprio servidor manifestou interesse (ainda no mês de maio) em ser movimentado para a nova unidade, para onde irá apenas no mês de julho, permanecendo na presidência da Op. Acesso Pago (IPL do MEC) e outros inquéritos da CINQ/CGRCR/DICOR/PF.

Concomitantemente, foi procedida a movimentação de outro DPF para repor a saída do DPF Bruno Calandrini da CINQ.

Coordenação-Geral de Comunicação Social

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