Tenente-coronel da PM é acusado de assédio sexual e moral contra policiais

Uma major e duas soldadas do 24º Batalhão (Brumado) denunciaram o ex-comandante Élson Cristóvão Santos Pereira de assédio moral e sexual. As alegações afirmam que o tenente-coronel teria feito piadas de conotação sexual, convites impróprios e elogios ao corpo das Pfens. Após as denúncias chegarem ao Ministério Público Estadual (MPBA), Élson foi exonerado do cargo e uma sindicância foi instaurada na Corregedoria da PM.

Segundo matéria publicada pelo Correio nesta segunda-feira (28), que obteve acesso às denúncias feitas pelas vítimas, os relatos de assédio circularam em grupos de policiais em aplicativos de mensagem em novembro de 2024. As policiais confirmaram o conteúdo das mensagens, dizendo que os fatos começaram em março do ano vigente.

Élson teria, segundo a denúncia, se referido ao corpo das mulheres “em evidente e constrangedora conotação sexual”, se referindo às pernas, coxas e lábios delas, inclusive, na frente de outros homens. O acusado também teria feito convites para encontros e, quando negado, passava a “assediar moralmente as policiais, desqualificar seus trabalhos, sempre na presença de outras pessoas, policiais e civis, dentro e fora do quartel”. Este era o "modus operandi" do acusado.

A denúncia ainda trata do corporativismo da Polícia Militar, com o subcomandante do batalhão, Marcelo Souza Lima, dizendo para as moças buscarem uma forma de “tirar do tempo”, dizendo que “a notícia consiste em meio para enfraquecer o comando” e que nunca presenciou nenhum assédio por parte do então comandante.

Em entrevista ao site "Achei Sudoeste", o ex-comandante negou veementemente as acusações, afirmando que elas foram arquitetadas por um oficial que buscava ascender como comandante do batalhão.

A PM lançou nota oficial sobre a situação.

“A Polícia Militar da Bahia informa que instaurou procedimento administrativo para apurar as denúncias envolvendo o ex-comandante do Batalhão de Brumado, Tenente Coronel Élson Cristóvão Santos Pereira.
O oficial foi designado para outra unidade, como parte do rodízio periódico de funções realizado pela corporação. A PM segue acompanhando o caso e cooperando com as autoridades competentes.
A instituição reafirma seu compromisso com a ética, os direitos humanos e a transparência em suas ações”.