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Rússia abre corredores humanitários para seu território e Ucrânia recusa

Rússia abre corredores humanitários para seu território e Ucrânia recusa

“Não é uma opção aceitável”, disse Volodymyr Zelensky, porta-voz do presidente ucraniano

| Autor: Redação

Foto: Reprodução

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta segunda-feira (7) a abertura de seis corredores humanitários para evacuação de civis da Ucrânia, porém a maioria deles tem como destino a Rússia ou Belarus, país aliado de Moscou.

De acordo com o Ministério da Defesa russo, um cessar-fogo temporário foi iniciado às 10h da manhã (4h em Brasília) para permitir a saída de civis de Kiev, Kharkiv, Mariupol e Sumy, sendo que as duas últimas contam com duas vias de evacuação cada.

Entretanto, o corredor humanitário da capital tem como destino a cidade de Gomel, em Belarus, país que é indicado como apoiador da Rússia nos conflitos.

Já a rota de Kharkiv e um dos corredores de Sumy são dirigidos a cidade russa de Belgorod, enquanto uma das vias de evacuação de Mariupol termina em Rostov do Don, também na Rússia.

Os únicos corredores humanitários que têm como destino outras cidades da Ucrânia são uma das rotas de Sumy e de Mariupol, que terminam em Poltava e Zaporizhzhia, respectivamente.

Volodymyr Zelensky, porta-voz do presidente ucraniano, afirmou que a decisão de Moscou da abertura de corredores de evacuação para Rússia e Belarus é “completamente imoral”, enquanto Iryna Vereshchuk, a vice-premiê alega que esta “não é uma opção aceitável”.

Já Emmanuel Macron, o gabinete do presidente da França, que tinha cobrado de Putin a evacuação de civis, afirmou que “nunca” solicitou a abertura de corredores humanitários em direção à Rússia.

“O presidente pediu o respeito do direito internacional humanitário, a proteção dos civis e o envio de ajudas”, completou o Palácio do Eliseu.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (ICRC) ainda denunciou a presença de minas terrestres em um dos corredores humanitários, o de Mariupol, cidade portuária que está tomada pelas forças russas.

A guerra na Ucrânia já gerou mais de 1,7 milhão de refugiados até o momento, sendo que mais de 1 milhão fugiram para a Polônia.

Depois de terem se reunido em duas oportunidades na semana passada, delegações de Moscou e Kiev devem fazer uma terceira rodada de negociações em Belarus nesta segunda-feira (7).

Entretanto, Putin já declarou que não abrirá mão de suas reivindicações: desmilitarização da Ucrânia e reconhecimento da soberania de Lugansk e Donetsk e da anexação da Crimeia, além da garantia de que Kiev não entrará na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Nesta segunda-feira (7), pela madrugada, ocorreram intensos bombardeios em cidades do centro, do norte e do sul da Ucrânia, inclusive nos arredores de Kiev e em Mykolaiv, perto de Odessa.

“Não perdoaremos. Não esqueceremos. Vamos punir todos aqueles que cometeram atrocidades nesta guerra em nossa terra.   Encontraremos cada bastardo que disparou em nossas cidades, contra nosso povo, que bombardeou nossa terra. Não haverá lugar seguro nessa terra para vocês, exceto o túmulo”, disparou o presidente ucraniano Zelensky, na noite do último domingo (6).

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