Pentágono começa a retirar postagens sobre inclusão após falas de Donald Trump
A eleição de Trump girou em torno do fim da diversidade e igualdade de gênero
Foto: Divulgação/Casa Branca
O Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, iniciou recentemente a remoção de milhares de imagens e postagens online relacionadas à diversidade, equidade e inclusão (DEI) de suas plataformas digitais. Essa ação foi desencadeada por uma ordem executiva do presidente Donald Trump, que encerrou programas de diversidade no governo federal.
De acordo com a Associated Press, mais de 26 mil imagens foram sinalizadas para exclusão. A maioria dessas imagens retrata mulheres, minorias, negros e hispânicos. Em alguns casos, as imagens foram marcadas para remoção apenas porque os arquivos incluíam a palavra "gay". Entre os materiais marcados para exclusão estão referências a um herói condecorado da Segunda Guerra Mundial, à aeronave Enola Gay, que lançou a bomba atômica sobre Hiroshima, e às primeiras mulheres a completarem o treinamento de infantaria dos Fuzileiros Navais.
O secretário de Defesa, Pete Hegseth, determinou que os militares apagassem todo o conteúdo DEI até quarta-feira, 12 de março de 2025, para cumprir a ordem executiva de Trump. O porta-voz do Pentágono, John Ullyot, afirmou que os esforços para colocar um grupo à frente do outro por meio de programas DEI corroem a camaradagem dentro das Forças Armadas e que estão satisfeitos com a rápida conformidade em todo o Departamento com a diretiva que remove conteúdo DEI de todas as plataformas.
Essa ação gerou controvérsia e confusão entre as agências sobre quais conteúdos exatamente eliminar. Algumas fotos foram marcadas apenas por conterem a palavra "gay" em seus arquivos, incluindo militares com esse sobrenome e imagens da aeronave Enola Gay. Fotos dos Tuskegee Airmen, primeiros pilotos militares negros dos EUA, também foram listadas, embora possam ser preservadas por seu valor histórico.
A criação do banco de dados com as 26 mil imagens ligadas à diversidade visa a cumprir leis federais de arquivamento. No entanto, a responsabilidade pela preservação de cada imagem ficou com cada unidade individual, o que pode comprometer a garantia de que todo o conteúdo foi adequadamente arquivado.
Essa medida faz parte de um esforço mais amplo do governo Trump para reverter políticas progressistas e promover uma agenda mais conservadora. Em um discurso recente no Congresso americano, Trump prometeu o "fim da tirania da diversidade" e afirmou que o país "não será mais woke".