Nikolas Ferreira ironiza greve de fome de Glauber Braga: "Já voto no Bolsonaro"
O deputado do PL entrou em um embate com Samia Bonfim, do Psol
Foto: Lula Marques/ Agência Brasil
A aprovação do pedido de cassação do mandato do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) pelo Conselho de Ética da Câmara, na quarta-feira (9), por 13 votos a 5, acendeu um novo capítulo de tensões políticas em Brasília. A decisão, motivada por um incidente em abril de 2024, quando Braga se envolveu em um confronto físico com um militante do Movimento Brasil Livre (MBL), levou o parlamentar a iniciar uma greve de fome em protesto, alegando perseguição política. O caso, que ainda passará pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, possivelmente, pelo plenário, ganhou contornos ainda mais acirrados com a troca pública de acusações entre a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), esposa de Braga, e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O embate começou quando Bomfim usou o X (antigo twitter) para denunciar o que considera uma articulação dos “bolsonaristas” por trás da cassação de Braga. Ela publicou uma imagem de Ferreira em uma chamada de vídeo com Bolsonaro durante a sessão do Conselho de Ética, sugerindo que a medida seria uma manobra para desviar o foco das investigações sobre o 8 de janeiro e enfraquecer um mandato combativo. “Querem perseguir um mandato combativo e tirar o foco dos golpistas que serão presos!”, escreveu a deputada, apontando a presença de Ferreira como evidência de uma ação coordenada. A postagem rapidamente ganhou tração, inflamando apoiadores do PSOL e atraindo a atenção para o jovem parlamentar mineiro, conhecido por sua forte presença nas redes sociais.
Nikolas Ferreira não deixou a acusação passar em branco e respondeu com um tom provocador. Em comentário no X, ele ironizou Bomfim, dizendo: “Já voto no Bolsonaro, não precisa me convencer. E a greve de fome, tá firme?”. A frase, uma referência à decisão de Braga de protestar com jejum, foi vista como uma tentativa de ridicularizar a gravidade do gesto e reforçar sua lealdade ao ex-presidente. A troca de farpas entre os dois deputados expôs não apenas diferenças ideológicas, mas também uma disputa de narrativas em um Congresso cada vez mais polarizado, onde gestos públicos e redes sociais amplificam conflitos que vão além das sessões parlamentares.