Prefeitura inicia plano de monitoramento e enfrentamento das doenças respiratórias e arboviroses no pós-carnaval

Eventos de grande porte, como o Carnaval de Salvador, atraem milhões de pessoas e aumentam o risco de disseminação de doenças. Para evitar surtos e garantir um pós-folia seguro, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) realizou, nesta Quarta-feira de Cinzas (5), a primeira reunião de monitoramento e enfrentamento de doenças respiratórias e arboviroses.

O encontro, realizado na sede da SMS, reuniu a Diretoria de Vigilância à Saúde (DVIS) e a Sala de Situação em Saúde, além das diretorias de Atenção Básica e Especializada. Durante a reunião, foram apresentados dados coletados ao longo da festa, servindo de base para estratégias de resposta rápida.

Ações preventivas e monitoramento

De acordo com o secretário municipal da Saúde, Rodrigo Alves, o monitoramento já vinha sendo realizado durante o Carnaval e seguirá intensificado nas próximas seis semanas.

“Ao final de uma festa dessa magnitude existe um potencial risco de aumento dos casos de doenças como a gripe, covid e dengue, além das doenças diarreicas. Baseado nisso, deflagramos já nesta Quarta-feira de Cinzas um esforço conjunto para a tomada de decisões e ações mais céleres, evitando ‘pressão de porta’ na rede de urgência e emergência e garantindo mais comodidade e segurança para a população”, afirmou o secretário.

A Prefeitura já vinha intensificando as ações contra arboviroses desde setembro, com o lançamento da campanha Verão Sem Mosquito, que reforçou medidas contra o Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. As ações incluem borrifação, aplicação de inseticidas e eliminação de focos, especialmente em períodos de calor e chuvas, que favorecem a proliferação do mosquito.

Atuação durante o Carnaval

Durante os dias de festa, equipes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) atuaram em mais de 35 bairros, realizando inspeções e bloqueios contra arboviroses. Entre as ações:

Mais de 90 bloqueios de focos do mosquito Aedes aegypti;

600 imóveis vistoriados e 2.921 depósitos inspecionados;

280 pontos desratizados para controle de roedores;

Ações educativas e preventivas em bairros e circuitos da folia.

Além disso, pela primeira vez, Salvador ofereceu vacinação de rotina durante todos os dias do Carnaval, permitindo que centenas de foliões aproveitassem a festa para se imunizar contra diversas doenças.

“O nosso trabalho começou antes e se manteve a todo vapor durante o Carnaval. Agora, seguirá intensamente por mais seis semanas, que são um período crítico para monitoramento epidemiológico”, explicou Rodrigo Alves.

A Prefeitura também executou ações assistenciais nos programas Salvador Acolhe e Catafolia, voltados ao atendimento de trabalhadores temporários e seus filhos.

Redução nos casos de arboviroses

Os esforços de prevenção refletem nos dados epidemiológicos da cidade. Entre 29 de dezembro de 2024 e 1º de março de 2025, Salvador registrou:

16 casos de dengue (contra 268 no mesmo período do ano passado);

5 casos de chikungunya (em 2024 foram 13);

3 casos de zika (contra 51 em 2024).

A redução expressiva reforça a importância das ações contínuas de prevenção, que seguirão sendo executadas nas próximas semanas para garantir a segurança sanitária da população.