Incentivada por comunidade no Discord, adolescente tortura gato em transmissão
A garota participava de uma transmissão ao vivo numa espécie de desafio
Foto: Reprodução/Globo
Uma adolescente de 13 anos ateou fogo em sua residência enquanto torturava um gato. Ela foi incentivada por usuários do Discord, um aplicativo de áudio e mensagens instantâneas. O caso ocorreu em setembro do ano passado, mas foi revelado no domingo (30 de abril) pelo programa Fantástico, da TV Globo.
A garota participava de uma transmissão ao vivo numa espécie de desafio, a partir de um endereço na Grande São Paulo. Cerca de 16 mil pessoas faziam parte da comunidade virtual em que o crime estava sendo transmitido.
Usando uma máscara de caveira, a menina tentou sufocar, esfaquear e queimar um gato da vizinhança. O caso foi denunciado e uma veterinária disse que a ela queimou um pedaço de papel e colocar fogo no gato. O incêndio se alastrou e a casa foi atingida pelas chamas.
Em contato com o Fantástico, o Discord alega estar colaborando ativamente pela aplicação da lei. Nos EUA, o app é acusado de abrigar discursos de supremacistas brancos e de facilitar a divulgação de pornografia infantil. A empresa ainda sob uma investigação sobre vazamento de documentos do Pentágono.
O principal atrativo para o Discord é a ausência de controle. De acordo com especialistas em segurança digital, não há nenhuma entidade que exerça total controle sobre a plataforma.
A empresa tem sede em São Francisco e foi criada em 2015, como uma plataforma para que jogadores online realizassem interações. Porém, virou uma espécie de refúgio para os usuários desencantados com as redes sociais mais tradicionais, como Facebook, Instagram e Twitter.
A Discord permite que as comunidades configurem os chamados "servidores": espaços virtuais em que os usuários podem conversar, compartilhar arquivos de mídia e se conectar com outros usuários com os quais há interesses similares. A plataforma é considerada por especialistas um "habitat natural para os renegados".