Homem é acusado de assediar mais de 70 psicólogas ao se passar por paciente
Os crimes ocorreram, ao menos, em 12 estados brasileiros
Foto: Ilustração/Banco de Imagens
Um homem identificado como Lucas Silva Dornelles, 34 anos, morador de Bom Retiro do Sul (RS), está sendo investigado por importunação sexual a mais de 70 mulheres, todas psicólogas. Segundo as vítimas, ele entra em contato por meio das redes sociais, pede para marcar uma consulta online e assedia as profissionais. Os crimes ocorreram, ao menos, em 12 estados brasileiros.
O suspeito vem cometendo esse tipo prática há cerca de um ano. Outras vítimas afirmam ter sido constrangidas por mensagens de cunho sexual, encerrado o contato em seguida. Algumas chegaram a atender virtualmente o homem, que teria se masturbado durante as sessões.
Uma das vítimas, a psicóloga Letícia Martins de Oliveira, 27 anos, relaatou que Lucas a procurou pelo inbox do Instagram, dizendo que precisava de ajuda e pedindo para marcar uma consulta com urgência.
"Ele entrou em contato comigo se passando por paciente, disse que tinha uma deficiência e que precisava de atendimento online. Esse é o modus operandi dele, ele fala isso para sensibilizar a psicóloga e conseguir uma abordagem mais rápida. Achei um pouco atípico, mas o tratei como trato todos os pacientes", relata Letícia.
Segundo a profissional, durante a "sessão" virtual, Lucas teria pedido para ser atendido deitado, devido à deficiência física. Ele posicionou a câmera do celular de forma que mostrava apenas o seu rosto. Durante a conversa, se queixou de problemas sexuais e afirmou ter um "fetiche" que estava fora de controle. Letícia conta que notou, pelas expressões faciais, respiração ofegante e movimentação de um dos braços, e que o homem parecia estar se masturbando.
"É tão constrangedor e chocante que você fica tentando entender se aquilo está acontecendo mesmo. Quando desliguei, me senti agredida, violentada e culpada", relata a psicóloga. A "consulta" teria durado cerca de 30 minutos, e alguns dias depois, Letícia o atendeu novamente.
Na segunda sessão, Lucas narrou um sonho erótico que teve com Letícia e começou a se masturbar. Ela então encerrou a ligação. O homem não pagou nenhum dos dois atendimentos e chegou a insistir com ela, por mensagem, para que continuassem conversando apenas sobre sexo. Foi então que ela decidiu fazer a denúncia.