Segunda vítima que comeu ovos de páscoa envenenados morre no Maranhão
A jovem ficou internada por seis dias.
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Uma tragédia chocou a cidade de Imperatriz, no Maranhão, com a morte de Evely Fernanda Rocha Silva, de 13 anos, nesta terça-feira (22), após seis dias internada por consumir um ovo de Páscoa supostamente envenenado. A adolescente é a segunda vítima fatal do caso, que também levou à morte de seu irmão, Luís Fernando Rocha Silva, de 7 anos, na quinta-feira (17). A mãe das crianças, Mirian Lira, de 32 anos, permanece internada no Hospital Municipal de Imperatriz, mas apresenta quadro estável após ser extubada no domingo (20). O chocolate, entregue como presente na noite de 16 de abril com um bilhete que dizia “Com amor, para Mirian Lira. Feliz Páscoa”, foi enviado por um motoboy, e a Polícia Civil aponta envenenamento como causa dos óbitos.
A principal suspeita, Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, ex-namorada do atual companheiro de Mirian, foi presa em flagrante na quinta-feira (17) em um ônibus intermunicipal, enquanto tentava retornar para Santa Inês, onde reside. Segundo a Polícia Civil do Maranhão, o crime foi motivado por ciúmes e vingança, já que Jordélia não aceitava o fim de seu relacionamento com o pai das crianças. Ela confessou ter comprado o ovo de Páscoa, mas nega ter adicionado veneno. Imagens de câmeras de segurança mostram a suspeita disfarçada com peruca e óculos escuros comprando o chocolate em uma loja local, e a polícia apreendeu com ela uma substância semelhante a “chumbinho”, veneno comumente usado contra roedores, que está sob análise.
Evely Fernanda morreu devido a um choque vascular associado à falência múltipla de órgãos, conforme boletim do hospital. Luís Fernando sofreu uma parada cardiorrespiratória horas após ser internado. Mirian, que começou a apresentar sintomas como mãos roxas e dificuldade para respirar enquanto acompanhava o filho no hospital, foi transferida para a enfermaria na segunda-feira (21) e deve receber alta nas próximas 72 horas, se mantiver a evolução. A notícia da morte do filho caçoeu um abalo emocional, e ela recebe suporte psicológico. A família relatou que, após a entrega do chocolate, Mirian recebeu uma ligação de uma mulher não identificada perguntando se o presente havia chegado, o que reforçou as suspeitas de premeditação.
A Polícia Civil segue investigando para identificar o tipo de veneno utilizado, com amostras do ovo e sangue das vítimas encaminhadas ao Instituto de Criminalística. O laudo pericial, esperado em até 10 dias, deve esclarecer a substância tóxica. Jordélia, transferida para a Unidade Prisional de Ressocialização Feminina de São Luís no domingo (20), teve prisão preventiva decretada e responderá por homicídio consumado e tentativa de homicídio.