Ex-reitor da UFVJM é punido por ofensas a Lula e protesto contra eleições
Comissão de Ética Pública considera conduta imprópria e decisão gera repercussão na comunidade acadêmica.
Foto: Ricardo Stuckert / PR
A Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República decidiu punir Janir Alves Soares, ex-reitor da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), por ofensas direcionadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Durante sua gestão, Soares se referiu a Lula como “ladrão” e “corrupto”, ações consideradas por membros da comissão como falta de “decoro” e “urbanidade”.
Além dos comentários agressivos, Janir Alves Soares foi penalizado por sua participação em um bloqueio de rodovia em Minas Gerais, ocorrido após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. O ex-reitor também enviou uma carta à Polícia Militar pedindo apoio para a manifestação, onde expressou seu apoio a atos de descontentamento político.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Soares fez críticas ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao candidato Lula, parafraseando o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, ao afirmar que “durante o governo do PT instaurou-se a cleptocracia no país”. A Comissão de Ética interpretou suas falas como um endosse à campanha de Bolsonaro, em um momento de polarização política.
O julgamento ocorreu após denúncias feitas por associações docentes e sindicatos de trabalhadores da universidade. A punição, que consiste em uma censura ética, ficará registrada no currículo de Soares, servindo como um alerta sobre a conduta esperada de servidores públicos em relação à imparcialidade política.
Janir Alves Soares, que ocupou a reitoria da UFVJM durante o governo Bolsonaro, não conseguiu se reeleger em 2023 e terminou sua gestão com baixo apoio da comunidade acadêmica. Sua atuação e os comentários controversos têm gerado discussões sobre a ética e a política dentro das instituições de ensino superior no Brasil.