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Brasil bate recorde histórico com 432 mil empregos formais em fevereiro de 2025

Brasil bate recorde histórico com 432 mil empregos formais em fevereiro de 2025

Crescimento de 40,5% em relação a 2024 supera expectativas e impulsiona mercado de trabalho

| Autor: Redação

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Brasil alcançou uma marca histórica no mercado de trabalho em fevereiro de 2025, com a criação de 432 mil empregos com carteira assinada, segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta sexta-feira (28), pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O resultado, que supera em 40,5% o saldo de fevereiro de 2024 (307,5 mil vagas), é o maior já registrado para o mês desde o início da série histórica do Novo Caged, em 2020, e também representa a maior variação absoluta mensal em cinco anos. Foram 2,57 milhões de admissões contra 2,14 milhões de desligamentos, elevando o estoque de trabalhadores formais no país a 47,78 milhões, um crescimento de 0,91% em relação a janeiro.

O desempenho surpreendeu as projeções do mercado financeiro, que estimavam a abertura de cerca de 225 mil vagas, segundo a mediana de analistas consultados. Todos os cinco grandes setores econômicos registraram saldo positivo, com destaque para o setor de Serviços, que gerou 254,8 mil postos, impulsionado por áreas como informação, comunicação e atividades financeiras. A Indústria criou 69,8 mil vagas, seguida por Comércio (46,5 mil), Construção (40,8 mil) e Agropecuária (19,8 mil). O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, atribuiu o resultado a políticas de reindustrialização e estímulo à economia, como incentivos à produção nacional de equipamentos de saúde e combustíveis sustentáveis, destacando que o país acumula 1,78 milhão de empregos formais nos últimos 12 meses.

Regionalmente, o Sudeste liderou a geração de vagas, com 228 mil novos postos, sendo São Paulo o estado com maior saldo (137,5 mil), seguido por Minas Gerais (52,6 mil) e Paraná (39,1 mil). Todas as cinco regiões do país apresentaram números positivos, com exceção de Alagoas, que perdeu 5,4 mil empregos. O perfil dos contratados também chama atenção: as mulheres ocuparam 229 mil das vagas, superando os homens (202 mil), e a faixa etária de 18 a 24 anos foi a mais beneficiada, com 170,6 mil postos. O salário médio de admissão, porém, caiu 3,48% em relação a janeiro, fixando-se em R$ 2.205,25, o que indica um leve recuo real, mas ainda acima do valor de fevereiro de 2024 (R$ 2.190,28).

O recorde de fevereiro consolida um início de ano robusto, com o bimestre janeiro-fevereiro acumulando 576 mil empregos formais, ante 480 mil no mesmo período de 2024. Apesar do aquecimento econômico, Marinho criticou a taxa Selic de 14,25%, elevada pelo Banco Central, defendendo que a produção, e não os juros altos, é a chave para controlar a inflação. O resultado reforça a tendência de formalização do trabalho no Brasil, que desde janeiro de 2023 já soma 3,7 milhões de vagas com carteira assinada, mas também reacende o debate sobre a sustentabilidade desse crescimento em meio a desafios como a pressão inflacionária e o custo de vida.

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