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Após decisão do Carrefour, autoridades brasileiras se manifestam contra a rede

Após decisão do Carrefour, autoridades brasileiras se manifestam contra a rede

"Em solidariedade ao mundo agrícola, o Carrefour compromete-se a não vender nenhuma carne do Mercosul."

| Autor: Redação Varela Net

Foto: divulgação: Carrefour

Em seu perfil no X, o CEO do grupo Carrefour francês, Alexandre Bompard, anunciou que a empresa deixará de comercializar carne produzida no Mercosul, incluindo o Brasil.

"Em solidariedade ao mundo agrícola, o Carrefour compromete-se a não vender nenhuma carne do Mercosul. Esta é a essência da mensagem que transmiti aos presidentes dos sindicatos agrícolas", publicou Bompard nas redes sociais.

“Esperamos inspirar outros atores do setor agroalimentar e fomentar um movimento de solidariedade mais amplo. É por meio dessa postura que garantiremos aos criadores franceses que não haverá evasões possíveis. No Carrefour, estamos preparados para isso, independentemente dos preços e das quantidades de carne que o Mercosul nos proponha”, complementou.

Entretanto, o Grupo Carrefour Brasil informou que a decisão tomada pela matriz francesa não afetará as operações no país. "O Grupo Carrefour Brasil informa que nada muda nas operações no país", declarou a empresa em nota pública.

Apesar das justificativas apresentadas pelo grupo francês e da posição do Carrefour Brasil, autoridades brasileiras manifestaram-se contra a decisão.

O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, expressou, em suas redes sociais, desapontamento com a postura do grupo e questionou:
“Se o Brasil não serve para o Carrefour, será que os produtos do Carrefour deveriam servir para os brasileiros?” Mendes também sugeriu que os consumidores brasileiros deixem de adquirir produtos da rede, como forma de exercer, segundo ele, a "lei da reciprocidade".

"Não é justo alguém nos tratar dessa forma, e nós não respondermos com aquilo que é amplamente conhecido como a chamada 'Lei da reciprocidade'. Do jeito que você me trata, posso também tratá-lo", concluiu o governador.

@mauromendesoficial

Se o Brasil não serve para o Carrefour, será que os produtos do Carrefour deveriam servir para os brasileiros? Respeitem os produtores e o povo brasileiro e mato-grossense! Qual a sua opinião?

? som original - Mauro Mendes

 

Nesta quinta-feira (21), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, participou de um evento promovido pela Abrafrutas (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados), onde se posicionou publicamente sobre a decisão do Carrefour. “Ora, se não serve para o francês, não vai servir para os brasileiros. Então, que não se forneça carne nem para o mercado desta marca aqui no Brasil”, declarou Fávaro.

O ministro também reforçou a importância de valorizar a produção nacional e criticou a decisão do grupo francês.

Em nota, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) lamentou a postura de Bompard, apontando que a decisão reflete interesses protecionistas e influencia negativamente a percepção dos consumidores, sem qualquer embasamento técnico.

“O MAPA lamenta tal postura, que, por questões protecionistas, influencia negativamente o entendimento de consumidores sem quaisquer critérios técnicos que justifiquem tais declarações”, afirmou a nota.

O ministério destacou ainda o compromisso e a qualidade da produção agropecuária brasileira: “A qualidade e o compromisso da agropecuária brasileira com a legislação e as boas práticas agrícolas, em consonância com as diretrizes internacionais, devem ser reconhecidos e valorizados.”

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