Mulher trans denuncia funcionário por transfobia durante atendimento na BA
Caso aconteceu em Camaçari, quando Yara Sereya buscava informações sobre cirurgia de redesignação sexual.
Foto: Reprodução/TV Bahia
Uma atriz e poeta transfeminista denuncia caso de transfobia sofrido em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. A artista filmou o momento em que um atendente da Associação de Apoio à Família e ao Meio Ambiente (AFAB) se dirige a ela no masculino. As informações são do g1
O caso aconteceu na segunda-feira (24). Nas imagens feita por Yara Sereya, é possível ver uma discussão entre ela e o atendente e o momento em que o funcionário chama a atriz de "meu querido" e quando é corrigido, completa com "você é homem e não mulher"
Yara Sereya contou que foi ao local para procurar informações sobre cirurgia de redesignação sexual.
"Vi a divulgação de que eles faziam alguns procedimentos e perguntei se fazia a orquiectomia, que é o da retirada dos testículos. Eles responderam que sim e eu fui e perguntei se também fazia a cirurgia de redesignação sexual e eles disseram que ainda não tinham", explicou a atriz.
A artista afirmou que ela retornou ao local e o atendente a tratou o tempo todo no masculino.
"O rapaz ficou meio com deboche com as minhas questões de saúde. Solicitei que ele corrigisse o tratamento e ele fez um deboche. Disse: 'Está bom, ela'. E, em seguida, continuou conversando com a recepcionista e me definindo como masculino eternamente", contou.
A recepcionista também teria pedido para que o rapaz parasse de tratá-la com pronomes e adjetivos masculinos.
"O desgaste foi grande. Nós estamos cansadas", disse a atriz, que ressaltou a necessidade do procedimento, que ela considerou como "delicado, invasivo e que atravessa várias questões dela".
A AFAB é uma associação que oferece diversos serviços à comunidade, como consultas médicas, realizações de exames, encaminhamentos cirúrgicos e assessoria jurídica.
Em nota, a entidade informou que foi solicitado apoio para a realização da cirurgia de redesignação sexual, popularmente conhecida como "cirurgia para troca de sexo", e que a instituição teria informado que não dispõe de convênio e parceria para atender a essa solicitação.
Ainda de acordo com a fundação, diante do exposto, houve uma insatisfação que resultou em acusações levianas a respeito da AFAB. Na nota, a instituição também reiterou o respeito a todas as orientações sexuais e identidades de gênero.
Assista ao video