NotíciasSaúdeSistema de transplante de órgãos no Brasil acende alerta após casos de HIV

Sistema de transplante de órgãos no Brasil acende alerta após casos de HIV

Operação da Polícia Civil já prendeu quatro pessoas após casos de contaminação

| Autor: João Victor Soares

Foto: Divulgação / MS

O Brasil é um país referência no transplante de órgão e se consolida como o segundo maior transplantador do mundo. O Sistema Único de saúde (SUS) possui um método extremamente eficaz para a realização dos transplantes, porém no último mês esse sistema foi abalado com o caso do transplante que resultou na contaminação de seis pacientes com o vírus do HIV.

No último dia 11 de outubro, foi divulgado em todo o Brasil o caso de seis pessoas que estavam na fila do transplante e receberam órgãos infectados pelo HIV de dois doadores e testaram positivo para o vírus. O caso é inédito na história do serviço de transplantes do Rio, que já salvou mais de 16 mil pessoas desde 2006.

A Polícia Civil investiga o caso em uma megaoperação que já resultou na prisão de quatro funcionários da clínica responsável pelos procedimentos que causaram a infecção dos pacientes pelo vírus.

Transplante de órgãos no Brasil

O transplante de órgãos é um procedimento cirúrgico de reposição de um órgão, como coração, fígado, pâncreas, pulmão e rim, ou também um tecido, como a medula óssea, ossos e córneas de uma pessoa doente, por outro órgão ou tecido normal de um doador, que pode estar vivo ou morto.

O Ministério da Saúde define que o transplante pode ser realizado após a morte encefálica, que é a perda completa e irreversível das funções encefálicas, definida pela parada das funções corticais e de tronco cerebral. A Lei 9.434 estabelece que doação de órgãos após a morte pode ser feita somente quando a morte encefálica for constatada.

Outro tipo de doação permitida é quando o doador tem uma parada cardiorrespiratória, cuja morte foi constatada por critérios cardiorrespiratórios, ou seja, o coração parou de bater. Este doador pode doar apenas tecidos para transplante, como córnea, vasos, pele, ossos e tendões.

Lista de transplantes

No Brasil, a posição na lista para o transplante de órgãos é determinada por critérios como tempo de espera e urgência do procedimento. Para determinar a compatibilidade entre doador e receptores, são feitos exames laboratoriais.

A lista para transplantes é única e vale tanto para os pacientes do SUS quanto para os da rede privada. A lista de espera por um órgão funciona baseada em critérios técnicos, em que a tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão determinam a ordem de pacientes a serem transplantados.

Quando os critérios técnicos são semelhantes, a ordem de chegada na fila funciona como critério de desempate. Pacientes em estado crítico são atendidos com prioridade, em razão de sua condição clínica.

Fiscalização

O órgão responsável por fiscalizar os transplantes de órgão realizados no Brasil é o Sistema Nacional de Transplantes (SNT), que possuí a função de órgão central, atuando pelo Ministério da Saúde, por meio da Coordenação-Geral do Sistema Nacional de Transplantes (CGSNT) é responsável pela regulamentação, controle e monitoramento do processo de doação e transplantes realizados no país.
 

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