Reajuste de 4,5% em medicamentos já pesa no bolso do consumidor
Aumento é o menor registrado desde 2020, mas deve sofrer reajuste maior que o previsto nas farmácias
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A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) definiu o teto de reajuste para medicamentos em 4,5% para o ano de 2024. O percentual de aumento é o menor registrado desde 2020 e passou a valer no dia 1º de abril.
Para o consumidor, o impacto já é visto nas farmácias. A aposentada Dileuza Amorim, de 72 anos, revelou espanto ao ir à farmácia comprar seu medicamento para controle de pressão quando percebeu que os preços estavam bem maiores em relação ao mês anterior.
“Eu tomei um susto quando cheguei na farmácia para comprar meu remédio da pressão. Não estava sabendo de aumento nenhum e é um remédio que eu preciso, não posso ficar sem, então vou ter que me virar com o pouco que ganho da aposentadoria para conseguir manter esse tratamento.” Disse a aposentada.
O reajuste é feito em cima do Preço Máximo ao Consumidor (PMC), para definir o valor máximo que uma farmácia pode cobrar por cada medicamento.
Como funciona o reajuste?
Mesmo sendo o menor reajuste dos últimos anos, uma pesquisa realizada pelo Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) alerta que o aumento nos preços dos remédios pode ser maior do que os valores autorizados pela CMED.
A pesquisadora do programa de Saúde do Idec Marina Magalhães explica na prática como funciona o reajuste.
“O PMC, que é o teto de preços de cada medicamento, está em um valor muito acima do praticado pelo mercado e não cumpre a sua função de impedir aumentos abusivos. Vamos pegar outro exemplo, como uma marca de Amoxicilina + Clavulanato de Potássio, um tipo de antibiótico. Apesar de o preço máximo dele ser de R$ 404,65, ele é encontrado nas farmácias, em média, por R$ 180,30. Mas o valor aplicado pelo reajuste vai ser sobre o preço máximo. Então, se a fabricante e as farmácias mais que dobrarem o preço desse remédio de um dia para o outro, o consumidor não poderá recorrer a ninguém”, pontuou Marina.