Estudos apontam que retirar ovários antes da menopausa eleva risco de Parkinson
Cientistas aconselham a retirada das glândulas reprodutivas apenas em casos extremos

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Um novo estudo feito por cientistas de Minnesota apontou que mulheres que tiveram ambos os ovários removidos antes da menopausa teriam um maior risco de desenvolver doença de Parkinson nos anos seguintes. De acordo com a pesquisa, mais de 5 mil mulheres tiveram cinco vezes mais chances de serem diagnosticadas com a doença após removerem os ovários antes dos 43 anos. As informações são do O Globo.
Os resultados não comprovam que a operação cirúrgica causa o distúrbio, no entanto, são coerentes com dados de trabalhos anteriores, que relatam uma perda precoce de estrogênio. A ausência do hormônio pode contribuir com o avanço do Parkinson em mulheres.
Conforme o neurologista Walter Rocca, principal autor da pesquisa, o que ocorre é que um efeito protetor do estrogênio nas células produtoras de dopamina nesses casos. Como os ovários são a principal fonte de hormônios no corpo da mulher, há uma redução do estrogênio se a retirada de ambos acontecer antes da menopausa, o que pode resultar em uma perda de efeitos protetores do hormônio no cérebro.
“Combinando os resultados deste estudo com os resultados de estudos semelhantes e com o que se sabe sobre os efeitos biológicos do estrogênio no cérebro, é razoável sugerir que a remoção de ambos os ovários tem um efeito causal no risco de doença de Parkinson”, afirma Rocca.
Cientistas informaram que o mais aconselhável é retirar os ovários somente em casos extremos, já que o estudo apontou cinco vezes mais incidência em mulheres que removeram as glândulas reprodutivas antes dos 43 anos.