NotíciasPolíticaLula não foi convidado para a posse de Maduro e ainda não há confirmação sobre sua participação

Lula não foi convidado para a posse de Maduro e ainda não há confirmação sobre sua participação

A poucos dias da posse de Nicolás Maduro, marcada para 10 de janeiro, o Brasil ainda não recebeu um convite formal para a cerimônia

| Autor: Redação / Varela Net

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Apesar de Lula e seus assessores já terem estabelecido estratégias para o cenário internacional de 2025, incluindo a posse de Maduro após um polêmico processo eleitoral, a ausência de um convite ainda gera incertezas. Se o Brasil for convidado, a embaixadora do país em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira, deverá representar o governo brasileiro.

Nem o Palácio do Planalto nem o Itamaraty confirmaram ter sido oficialmente convidados, o que levanta questionamentos sobre a presença de representantes estrangeiros no evento.

O clima diplomático entre Brasil e Venezuela tem se deteriorado desde a reeleição de Maduro, marcada por acusações de fraude e pela prisão de opositores, como Edmundo González. O governo brasileiro atuou como observador nas eleições e, até o momento, aguarda a divulgação das atas oficiais para validar os resultados proclamados pela autoridade eleitoral venezuelana. A oposição, por sua vez, continua a contestar a legitimidade da vitória de Maduro.

De acordo com diplomatas brasileiros, o Brasil enfrenta o desafio de manter um canal de diálogo com a Venezuela, apesar das divergências políticas.

"O resultado eleitoral não foi o que esperávamos, mas o mais importante foi mostrar a Maduro que há um custo político significativo em desrespeitar os observadores internacionais, como o Brasil", afirmou um integrante do Itamaraty.

Nos últimos meses, a relação entre os dois países se deteriorou ainda mais. Maduro, que foi recebido com honras de chefe de Estado por Lula em maio de 2023, intensificou os ataques ao Brasil, acusando-o de interferência política. Em outubro, o governo venezuelano reagiu de forma veemente à exclusão da Venezuela da lista de países convidados para integrar o Brics, bloco que reúne economias emergentes, e que inclui o Brasil. Caracas classificou a decisão como uma "agressão inexplicável" e acusou o Brasil de vetar a adesão do país.

As tensões aumentaram ainda mais quando, no fim de outubro, a polícia venezuelana publicou uma imagem com a bandeira do Brasil e a mensagem "Quem se mete com a Venezuela se dá mal", com uma silhueta que remete a Lula. Em resposta, o Itamaraty repudiou as declarações da Venezuela, classificando-as como "ofensivas".

O clima de animosidade entre os governos se intensificou, com acusações mútuas de "agressão" e uma crescente tensão diplomática entre os dois países.
 

Tags

Notícias Relacionadas