Governo Lula prevê novas sanções dos EUA ao STF e vê como 'ilusão' um recuo de Trump no tarifaço
Percepção interna é de que não há uma negociação real em andamento

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Apesar das tentativas de diálogo com autoridades dos Estados Unidos, integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliam que há pouca ou nenhuma disposição por parte do governo norte-americano, liderado por Donald Trump, para rever as tarifas elevadas recentemente contra produtos brasileiros.
De acordo com fontes do Planalto, ainda que ministros como Mauro Vieira (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Fazenda) e o vice-presidente Geraldo Alckmin estejam atuando para abrir canais de negociação, o cenário atual é visto como desfavorável. A percepção interna é de que não há uma negociação real em andamento os contatos são considerados protocolares e sem avanços concretos até o momento.
A avaliação predominante no governo brasileiro é de que os principais assessores de Trump não possuem autonomia para conduzir conversas que resultem em qualquer flexibilização da medida. O ex-presidente e atual mandatário dos EUA centraliza todas as decisões relacionadas à política tarifária, em uma estratégia agressiva que atinge diversas nações.
A sobretaxa de 50% sobre a entrada de produtos brasileiros no mercado norte-americano começou a valer na última quarta-feira (6). Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), comandado por Alckmin, aproximadamente 35,9% das exportações brasileiras aos Estados Unidos serão impactadas pela medida.
Embora a nova taxação exclua setores como suco de laranja, aeronaves civis, petróleo, veículos e peças automotivas, fertilizantes e produtos energéticos, itens importantes da pauta exportadora nacional, como carne e café, estão entre os mais prejudicados.
Além disso, há preocupação crescente dentro do governo brasileiro quanto à possibilidade de novas sanções, desta vez direcionadas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o que elevaria ainda mais a tensão diplomática entre os dois países.