Áudio de um dos técnicos mortos revela clima de medo minutos antes de sequestro e execução em Salvador
Gravação mostra tensão de trabalhadores ao perceberem aproximação de criminosos em área dominada por facção
Técnicos de Internet foram sequestrados e mortos |Foto: Reprodução/Redes Sociais
Um áudio gravado minutos antes do sequestro e assassinato de três técnicos de internet em Salvador traz novos detalhes sobre o clima de tensão vivido pelas vítimas pouco antes do crime. A gravação, obtida pelo programa Alô Juca, da TV Aratu, registra a voz de Ricardo Antônio da Silva Souza, de 44 anos, conhecido como “Barriga”, enquanto ele e colegas realizavam um serviço técnico na comunidade conhecida como “Inferninho de Pirajá”.
No trecho, Ricardo descreve que os trabalhadores se identificaram como técnicos de uma empresa e ressaltaram não ser moradores da região, numa tentativa de evitar conflito com homens armados que se apresentavam como donos do território. “A gente não é daqui, a empresa não é daqui … Quando a gente começou a fazer a descida na rua lá embaixo, desceu um galego com a camisa do Vitória … o cara tá cheiradão: ‘Quem mandou vocês fazer, desgraça?’”, relata o técnico na gravação.
Poucas horas depois desse áudio, os três profissionais — Ricardo, Jackson Santos Macedo, de 41 anos, e Patrick Vinícius dos Santos Horta, de 28 — foram abordados por criminosos, sequestrados e levados à força até o bairro Alto do Cabrito, local apontado por moradores e autoridades como área de execuções e desova de corpos.
Antes de serem capturados, as vítimas chegaram a gravar um vídeo descontraído para suas redes sociais, mostrando o grupo brincando e trabalhando normalmente, sem qualquer indicação do que ocorreria mais tarde. Após o sequestro, os corpos dos três homens foram encontrados sem vida, o que gerou grande comoção em Salvador e intensificou o trabalho investigativo das polícias.
A polícia segue investigando o caso, com foco em identificar todos os envolvidos e esclarecer a dinâmica do crime, incluindo a motivação e a sequência de ações dos criminosos que atacaram os técnicos durante a execução do serviço. Até o momento, as autoridades não divulgaram detalhes sobre prisões ou suspeitos capturados em relação ao triplo homicídio, mas o caso segue sob apuração para trazer respostas às famílias das vítimas e à população.
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