NotíciasJustiçaSTF pressiona Planalto a conter avanço de projeto que anistia golpistas de 8 de janeiro

STF pressiona Planalto a conter avanço de projeto que anistia golpistas de 8 de janeiro

Deputados da base assinaram urgência da matéria, mas articulação tenta reverter apoio antes de ir ao plenário

| Autor: Redação Varela Net

Foto: Evaristo Sá / AFP

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) alertaram integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a necessidade de barrar o avanço do projeto de lei que propõe anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. O recado foi dado após mais de uma centena de deputados aliados ao governo assinarem o pedido de urgência para que a matéria tramite com prioridade na Câmara. As informações são da coluna de Bela Megale, em O Globo.

Do total de 257 assinaturas exigidas para que a proposta siga em regime de urgência, ao menos 115 foram feitas por parlamentares de siglas que compõem a base do governo federal, como MDB, União Brasil, PP, PSD e Republicanos — partidos que, inclusive, ocupam ministérios no Executivo.

Segundo a publicação, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, teria minimizado o episódio ao afirmar que “acredita que alguns parlamentares não entenderam a amplitude da proposta”. O texto atual da proposta poderia beneficiar inclusive o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados que respondem a ações no STF por envolvimento em tentativa de golpe de Estado.

Apesar da pressão crescente, ministros da Suprema Corte avaliam que o presidente da Câmara, Hugo Motta, deve postergar a análise da proposta em plenário, mesmo com o número de assinaturas necessárias já alcançado.

Os magistrados cobram uma ação mais direta por parte do governo Lula e esperam que o próprio presidente, junto a suas lideranças, articule com os partidos da base a retirada de apoios. Como o projeto ainda não foi formalmente protocolado para votação, os deputados têm a prerrogativa de remover suas assinaturas do requerimento.

Nos bastidores, líderes governistas interpretam a exclusão recente da lista de assinaturas do sistema da Câmara como um indício de recuo por parte de alguns parlamentares. A avaliação é de que o PL, partido de Bolsonaro, retirou o conteúdo do ar ao perceber a movimentação pela reversão das adesões.

Tags

Notícias Relacionadas