MP-BA investiga suposto caso de racismo e agressão contra vereadora Ireuda Silva

O ministério Público da Bahia (MP-BA), por meio do Núcleo de Enfrentamento às Violências de Gênero em Defesa dos Direitos das Mulheres, irá investigar o suposto caso de agressão racista e machista sofrida por Ireuda Silva (Republicanos), vereadora de Salvador. 

O suposto crime aconteceu no dia 12 de junho, momentos após a votação do reajuste nos salários dos servidores da educação municipal. Manifestantes vairam a vereadora, além de chama-la de “traidora”, “vergonha do povo” e "pau mandada". Alguns servidores também chegaram a discutir com Ireuda, apontando o dedo para o rosto dela.  Pessoas que estavam presentes no local registraram o momento e compartilharam vídeos nas redes sociais. 

A assessoria de imprensa pela de Ireuda Silva informou que o MP-BA investigará o ocorrido e tomará todas as medidas cabíveis.

Desdobramento do caso

No dia 14 deste mês, a Câmara de Salvador publicou uma nota de repúdio contra as agressões racistas e machistas sofridas pela vereadora. 

Posteriormente, Ireuda Silva contou que, após a reunião, foi cercada por homens e mulheres que queriam que o reajuste para o Magistério Público fosse 20%.  A Casa aprovou o reajuste de 8% dos vencimentos para os servidores ativos, inativos e pensionistas do Magistério Público (Projeto de Lei nº 142/2023).

O vereador e presidente da Câmara Carlos Muniz (PSDB), em apoio à Ireuda, se pronunciou sobre o caso. “Todas as medidas serão tomadas para garantir a segurança dos vereadores”. “É inadmissível qualquer tipo de ofensa e todos têm que respeitar o contraditório”, completou Carlos. 

As vereadoras Marta Rodrigues e (PT) e Laina Crisóstomo (PSOL) também demostraram apoio à Ireuda Silva ao afirmar que “racismo e machismo são coisas sérias. Não concordamos com essa prática”. 

Outro caso de racismo contra a vereadora 
 Vale lembrar que Ireuda Silva já foi alvo de ataques racistas na internet no final de 2020. Na época, a vereadora tomou medidas judiciais contra os perfis dos internautas que publicaram os comentários ofensivos. No entanto, não se sabe se Ireuda registrou este caso na delegacia. 

"Eu, a vereadora mais votada de Salvador e da Bahia, e uma das poucas mulheres negras eleitas no último pleito, sou mais uma das vítimas de racismo no período pós-eleitoral. Entrei com as devidas medidas judiciais contra esses racistas de plantão, hipócritas que esperam o primeiro momento para atacar camuflados atrás de um perfil de rede social", declarou ela em 2020.