Médica é acusada de racismo após chamar enfermeiro de "macaco" em UPA de Itapuã
Um inquérito policial foi instaurado na 12ª Delegacia para apurar o caso, que envolve acusação de injúria contra um funcionário público
Foto: Google Street View
Uma médica foi denunciada por injúria racial após chamar um enfermeiro de "macaco" durante plantão na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Itapuã, neste domingo (29). A informação é do jornal Correio.
Um inquérito policial foi instaurado na 12ª Delegacia para apurar o caso, que envolve acusação de injúria contra um funcionário público. O enfermeiro, após o ocorrido, registrou um boletim de ocorrência contra a profissional de saúde. Além disso, a médica é acusada de tratar outros enfermeiros com ofensas grosseiras e desrespeitosas em ocasiões anteriores.
De acordo com relatos, a médica teria demonstrado atitudes desrespeitosas e mal-educadas com a equipe de enfermagem em diversas situações, incluindo desconsideração pelos horários de descanso dos profissionais. Agora, ela é acusada de injúria racial contra um dos enfermeiros.
Em nota, o Conselho Regional de Enfermagem da Bahia (Coren-BA) expressou "veemente repúdio" ao incidente. "O racismo é uma prática abominável e inaceitável em qualquer circunstância, especialmente em ambientes de saúde, onde o respeito mútuo e a colaboração entre profissionais são fundamentais para o bem-estar dos pacientes e para a qualidade do atendimento. É inadmissível que um profissional da saúde, cuja missão é cuidar da população com dedicação e comprometimento, seja alvo de atos tão desumanos e repugnantes", afirmou o Coren-BA. O órgão também destacou sua posição de intolerância a qualquer forma de discriminação, preconceito ou violência, exigindo uma investigação rigorosa e a aplicação da lei. "O combate ao racismo é uma responsabilidade de todos e deve ser tratado com a seriedade que o tema exige", acrescentou.
O presidente do Coren-BA, Davi Apóstolo, afirmou: “Não toleraremos em nenhuma hipótese afirmações incoerentes, que visam desqualificar a nossa categoria".
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) comunicou que abriu uma sindicância interna para investigar os fatos. As partes envolvidas já registraram boletim de ocorrência.
O Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador (Sindseps) também se manifestou, afirmando que acompanhará o caso. "Um caso em tela que tem a UPA de Itapuã como cenário de uma acusação grave de racismo será acompanhado pelo Sindseps. A entidade coloca seus serviços de assistência jurídica e psicológica em favor de seus filiados/as sempre que fatos dessa natureza ocorram", disse a nota. O sindicato ressaltou a importância de combater atitudes preconceituosas em parceria com o controle social para garantir que os responsáveis sejam devidamente punidos.
A Polícia Civil informou que diligências serão realizadas para esclarecer os detalhes do ocorrido.