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O tarifaço e o efeito no mercado interno americano

Moradores brasileiros nos Estados Unidos mostram aumento no valor dos produtos

| Autor: Lucca Anthony
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Imagem ilustrativa |Foto: Freepik

As relações internacionais vivem momentos diferentes atualmente, onde, em um período bastante dividido pela política, mudanças diplomáticas foram adotadas para defender e proteger seus interesses próprios, afetando a população de outros países e até do seu próprio. Há pouco mais de um mês, foi divulgada uma lista, pelo governo de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, de países que teriam determinados produtos taxados em uma taxa específica, na hora de exportar aos Estados Unidos, pelo motivo de proteger e desenvolver o mercado interno americano. Por conta disso, uma nova "onda" surgiu na internet de brasileiros / estrangeiros em território norte-americano, divulgando a diferença de preços e o aumento de produtos como alimentos exóticos (laranja e uva), ao ser comparado com valores antigos, apontando a queda do poder aquisitivo desses determinados produtos. 

COMO FUNCIONA O TARIFAÇO

Como explicado acima, o objetivo da criação e imposição do tarifaço era proteger a indústria americana e desincentivar importações baratas dos países aos consumidores nacionais, como, por exemplo, a China. 

Sua aplicação é bastante simples, dependendo da taxa imposta pelo país que exporta tal produto. De exemplo hipotético, podemos pegar um telefone sul-coreano, que normalmente entraria nos Estados Unidos com o preço de US$ 1.000, porém, como a nação que exportou o produto recebeu uma taxa de 25%, o valor de mercado passa a custar US$ 1.250, aumentando seu valor final. 

Já em relação ao pagamento da tarifa, o valor cai em cima das empresas produtoras dos produtos que passaram pela taxação, entretanto para não saírem prejudicadas da nova medida aplicada, repassam o aumento de custos para os consumidores, fazendo com que os clientes sejam no final, aquele que paga os 25%. Com o aumento dos valores dos produtos, o objetivo inicial do governo seria incentivar os compradores a investirem em compras nacionais, deixando de lá aqueles produtos importados, forçando os países a fazerem acordos comerciais mais favoráveis. 

Porém, na prática, acabou significando que muitos americanos começaram a pagar mais caro em eletrônicos, aço, alumínio, carros e até produtos mais simples como roupas e alimentos. 

MUDANÇAS NO PODER DE COMPRA AMERICANO

Se engana quem acha que somente os produtos internacionais sofreram com as consequências das taxas, já que até mesmo na criação dos produtos internos foi necessário de reajustes. No caso seria por conta de depender da matéria-prima importada de outras regiões na hora de criar e montar novas mercadorias, como no caso o aço - desde chapas até barras de aço - que recebeu 25% de taxa e o alumínio que recebeu uma taxa de 10%, produtos essenciais para uma montagem de um veículo americano, elevando o valor final, para os clientes. 

Há um aumento significativo também na parte alimentícia do mercado ianque. Como os Estados Unidos não são um país tropical como o próprio Brasil, alguns produtos únicos da terra sul-americana agora  chegam com alto valor no mercado internacional, surpreendendo aqueles que os adquirem. Recentemente, diversas críticas em relação ao preço da laranja, tangerina e uva se tornaram sensação nas redes sociais, por parte de brasileiros que moram nas diferentes partes dos Estados Unidos. 

Outra problemática que motiva o aumento dos valores é a própria oportunidade ao vendedor local. No caso, como sua concorrente taxada teve seu valor aumentado bruscamente, o produtor estadunidense consequentemente aproveita para aumentar sua mercadoria - mas sem ultrapassar a taxada - para lucrar mais, hiperinflacionando o mercado. 

REPERCUSSÃO E SURPRESA 

A surpresa foi tanta que sequências de vídeos, considerados Threads nas redes sociais, surgiram para mostrar a nova realidade de preço das compras. No geral, os vídeos - em maioria, brasileiros que residem nos Estados Unidos - batem em relação ao valor dos alimentos, como a carne, batendo recordes de preços e o aumento do café tanto no mercado quanto em cafeterias. 

Em um dos vídeos, uma moradora brasileira afirmou que pagava em uma bandeja de 12 coxas de frango, cerca de 10 a 12 dólares, porém, ao ir ao mercado atualmente, o mesmo produto agora custa 20 dólares, afirmando que "o carrinho de compras está vazio". O aumento dos alimentos "comuns" no supermercado americano agora passa por mudança por conta de uma possível reação do mercado interno à desaceleração da exportação mundial, como também o reflexo de ajustes de preços locais. 

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