Hebert Conceição conta trajetória e dificuldades até o ouro olímpico
Em entrevista ao Varela Net, Hebert contou que ainda está tomando a verdadeira dimensão da sua conquista
Foto: COB/Divulgação
Hebert Conceição fez história nas Olímpiadas de Tóquio ao conquistar a medalha de ouro, na categoria peso-médio (até 75 kg) onde venceu a final contra o ucraniano Oleksandr Khyzniak.
O pugilista, de 23 anos, carrega junto das luvas o melhor do tradicional boxe da Bahia, já que fez carreira na Academia Champion, diante da orientação de Luiz Dórea, qual Popó e Robson Conceição o admira.
Em entrevista ao Varela Net, Hebert contou que ainda está tomando a verdadeira dimensão da sua conquista. "A ficha não caiu por completo, mas aos poucos eu vou tomando dimensão do tamanho da minha conquista. Lembrando, que para mim não foi surpresa, pois me preparei muito e fui em busca do ouro", disse.
Hebert ainda não se decidiu se irá migrar para o boxe profissional ou não, mas o atleta afirmou que vai em busca do bicampeonato olímpico nas Olímpiadas de Paris em 2024.
"Boxe profissional é um dos meus objetivos para o futuro, mas ainda não decidir se esse futuro está próximo ou ainda está distante. Preciso fazer cálculos para saber qual será mais vantajoso no quesito financeiro para mim, se é me manter no olímpico e disputar dos benefícios pós medalha ou assinar com o boxe profissional. Além disso, tenho o objetivo de buscar o bicampeonato olímpico. Meu foco agora é tratar minha lesão na minha mão direita e aproveitar o tempo com a família"
Nascido em Salvador e seis vezes campeão nacional, Hebert Conceição que é o caçula de três irmãs mais velhas ingressou na seleção brasileira aos 19 anos e soma medalhas de bronze nos Jogos Sul-Americanos de Cochabamba-2018 e no Mundial do ano seguinte, e prata nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019.
Mas, durante entrevista ao Vnet o atleta contou as dificuldades que foram vivenciadas no início da carreira. Além disso, Hebert falou sobre a estrutura que recebe hoje com o apoio da Confederação Brasileira de Boxe e da Marinha do Brasil.
"Passei por muita dificuldade desde que iniciei no boxe, principalmente por ter vindo de uma família humilde e não ter toda estrutura para bancar um atleta de alto rendimento. Participava de um projeto social que não tinha nenhum apoio e nem mesmo uma estrutura adequada, passei muita dificuldade por ter passado um bom tempo longe da minha família e levar uma vida diferente de todos os jovens. Isso foi uma das principais dificuldades, principalmente a falta de apoio seja ela pública ou privada", contou.
"Um atleta olímpico precisa de uma estrutura adequada para se manter em treinamento, além de apoios para se trabalhar apenas na sua modalidade. No boxe eu venho treinando com toda estrutura que a confederação e a marinha me concedem. Me dão toda a disponibilidade de serviço de saúde, onde eu fico despreocupado com outros quesitos, além do meu apoio com salário. Com isso, eu posso me dedicar exclusivamente ao meu treinamento durante o dia", completou.
Por fim, Hebert contou ser fã do apresentador Raimundo Varela. "Queria agradecer pela oportunidade de está concedendo uma entrevista para o Varela Net. Queria falar em especial para o Varela que aqui em casa todos são seu fã, inclusive eu e minha mãe. Estou muito feliz e agradecer a Varela por sempre acreditar no boxe baiano e é um prazer imenso eu conseguir dar prosseguimento"