"Melhor ficar na Barra", diz Adelmo Casé sobre mudança de circuito no Carnaval
O artista baiano, vocalista da Negra Cor, deixou claro qual a sua preferência, mas disse estar aberto às mudanças no carnaval de Salvador, caso beneficie a população e as bandas
Foto: Divulgação
Diante da possível mudança no circuito do carnaval de Salvador, diversos artistas e personalidades carnavalescas têm se posicionado publicamente a respeito da realização do evento de rua do mundo, que está sendo idealizado para ocorrer no bairro da Boca do Rio, quebrando a tradição da passagem de trios elétricos na orla da Barra.
Um dos grandes nomes do axé, o vocalista da banda Negra Cor, Adelmo Casé, conversou com o Varela Net sobre o que ele pensa sobre a implementação do provável novo circuito do carnaval.
Quando questionado qual dos dois circuitos ele gostaria de participar, Adelmo respondeu: “A gente [Negra Cor] toca muito nos camarotes que estão nesse percurso. Espero que a gente volte [à rua]. E se for na Boca do Rio, com todo o prazer. Levaremos nosso som, nossa alegria, para rua. Seja o circuito que for, o importante é que a gente toque”.
“Bom, eu tenho perfeita noção de que existem prós e contras à essa mudança, mas se fosse me posicionar eu ficaria na Barra. Sei que tem muita gente que tem lugar de fala, para dizer o quanto causa esse incômodo, principalmente para os moradores - e isso a gente tem que levar em consideração sim. Mas acredito que seja melhor ficar na Barra. Já é uma tradição, já tem toda uma estrutura testada e aprovada que vem, de certa forma, se aprimorando a cada ano”, justificou Adelmo.
Reclamações
As reclamações citadas pelo cantor são originárias dos residentes do bairro da Barra, que há anos relatam as dificuldades que são obrigados a enfrentar durante o período de comemoração do carnaval. Inclusive, a Associação de Moradores e Amigos da Barra (AMABARRA), denunciou por vezes que a localidade não está preparada para acolher a festividade, sem que sofra consequências como: vias interditadas, ruas com acúmulo de lixo, odor de urina e aumento da violência na região.
Até o momento, as autoridades não apresentaram o Projeto do Carnaval da Boca do Rio, então, não se sabe como elas pretendem evitar a repetição dos antigos problemas em um novo bairro. De acordo com o prefeito da capital baiana, Bruno Reis (União Brasil), a entrega formal do projeto à avaliação da Prefeitura de Salvador deve acontecer ainda no mês de agosto.
Diante da situação delicada, quando questionado se ele apoia a mudança, apesar de sua preferência, Adelmo defendeu que apoiará o novo circuito caso ele de fato beneficie a população.
“Se no final das contas a mudança trouxer benefícios para a maioria, para o folião, para os artistas que trabalham, para as pessoas que estão no entorno da festa, também trabalhando… Enfim, se for positivo a gente vai apoiar , é claro, eu acredito que o novo tem que vir pra melhorar, se não a gente deixa como está. O novo tem que vir para melhorar, para ampliar possibilidades, para que a gente possa ter um trio bacana, com qualidade, pra mostrar o que a gente tem pra mostrar - talentos, renovação na música da Bahia. Eu acho que é isso que o carnaval precisa, se renovar, dar a oportunidade à novos artistas com talento”, concluiu.
Novos projetos
O vocalista também revelou quais são os planos da banda para o carnaval, e aproveitou o momento para agradecer o apoio dos fãs.
“A Negra Cor sempre toca nos camarotes e já é tipo, um ponto de encontro para as pessoas que gostam do nosso trabalho, a gente tá presente sempre no camarote. Voltar à rua seria incrível, mas a gente é muito feliz com o que a gente faz, tocando onde a gente toca. Tem o interior da Bahia também, algumas cidades são fãs do trabalho, e a gente só agradece”, comentou Adelmo Casé.
“Gratidão, sabemos como é difícil, né? A carreira de música e estar presente é sempre um prazer, uma honra fazer parte do carnaval de Salvador, mesmo que seja “in-door, mesmo que seja em camarote a gente tá sempre lá, levando alegria e batendo ponto no carnaval e positividade. Então, em 2023 pode-se aguardar a gente aí, claro, com mais certeza nos camarotes, mas quem sabe na rua. Vamos lá, bom carnaval a todos”, finalizou.
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* Sob supervisão do editor Rafael Tiago Nunes
