NotíciasEconomiaDólar volta a cair após suspensão de tarifas de Trump e chega aos R$ 5,84

Dólar volta a cair após suspensão de tarifas de Trump e chega aos R$ 5,84

Foi registrada uma queda de 2,54%

| Autor: Redação

Foto: Reprodução/Freepik

O mercado financeiro brasileiro viveu um dia de alívio nesta quarta-feira (9), com o dólar comercial fechando em R$ 5,845, uma queda de R$ 0,152 (-2,54%), após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a suspensão de um amplo pacote de tarifas que afetaria o comércio global, exceto para a China. A cotação, que chegou a se aproximar de R$ 6,10 pela manhã e se manteve acima de R$ 6 até o início da tarde, despencou a partir das 14h30, refletindo a reação imediata dos investidores à decisão americana. Na mínima do dia, por volta das 16h20, o dólar atingiu R$ 5,83, consolidando um recuo expressivo que trouxe otimismo ao cenário econômico do Brasil, beneficiado pela perspectiva de maior estabilidade no comércio internacional.

A Bolsa de Valores de São Paulo também celebrou o recuo de Trump. Após quatro dias consecutivos de perdas, o índice Ibovespa, principal referência da B3, disparou 3,15%, encerrando o pregão aos 127.796 pontos – muito próximo da marca psicológica dos 128 mil pontos. O indicador, que abriu o dia em queda de 0,82% e operava no vermelho até pouco depois das 14h, inverteu a tendência com a notícia vinda de Washington. A alta reflete a recuperação de confiança dos investidores, especialmente em empresas exportadoras de commodities como minério de ferro, petróleo e soja, setores nos quais o Brasil tem forte presença e que foram favorecidos pela suspensão das tarifas que ameaçavam encarecer o comércio global.

O anúncio de Trump, feito na tarde desta quarta-feira, marcou uma reviravolta em sua política comercial agressiva. Após dias de turbulência nos mercados globais, com temores de uma guerra comercial ampla devido a tarifas que chegariam a 34% contra diversos países, o presidente declarou uma pausa de 90 dias nas sobretaxas, reduzindo-as temporariamente para 10%, exceto para a China, que agora enfrenta uma tarifa de 125% em retaliação a medidas de Pequim. A decisão veio após pressões de mais de 75 nações, que buscaram negociações com os EUA, e trouxe um suspiro de alívio aos mercados. Em Nova York, o Dow Jones subiu 7,87%, o S&P 500 avançou 9,52%, maior alta desde 1945, e o Nasdaq saltou 12,16%, o melhor desempenho desde 2001, evidenciando o impacto global da mudança de rumo.

No câmbio internacional, o dólar apresentou comportamentos distintos: enquanto subiu frente a moedas fortes como o euro e o franco suíço, caiu em relação às divisas de países emergentes, como o real brasileiro, o peso mexicano e o rand sul-africano. Analistas apontam que a suspensão das tarifas alivia a pressão sobre as commodities, cujos preços vinham oscilando com o risco de barreiras comerciais. Para o Brasil, exportador de bens como soja, carne e minério, a medida é especialmente positiva, já que reduz a incerteza e pode impulsionar as vendas externas. Apesar da queda desta quarta, o dólar ainda acumula alta de 2,53% em abril, mas registra uma desvalorização de 5,42% no ano de 2025, sinalizando um cenário de recuperação gradual.

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