Terremotos: Uma nova e assustadora realidade para a população baiana; Entenda
Este ano Jacobina, Jaguarari e Curaçá registaram mais de dez tremores de terra, causando pânico e prejuízos aos moradores destes municípios baianos
Foto: Reprodução/Redes Sociais/ Ilustração/ Governo de Jacobina
'Comuns nos noticiários internacionais, os terremotos causaram grandes rastros de destruição, gerando tsunamis, erupções vulcânicas e desabamentos de construções, que provocaram a morte de quase 400 mil pessoas nos últimos 20 anos. Porém, sempre foram vistos pelos brasileiros mais como uma coisa hollyoodiana do que um problema possível. E quem pensava que a Bahia estava livre dos temidos tremores de terra, se enganou.
O mais imprevisível, temível e destrutível entre todos os desastres da natureza passou a tirar o sono e causar pânico a milhares de baianos, que só neste ano sentiram o impacto dos tremores de terra em mais de nove ocasiões, e estão se questionando: Será que o fim do mundo está próximo? Esse serial o sinal de que tudo está acabando? O apocalipse está acontecendo? Será necessário reforçar as estruturas da minha casa? Ficou com uma pulga atrás da orelha, né? Então vamos nessa, que o Varela Net vai te explicar o que realmente está acontecendo.
Em julho, nove tremores de terra foram registrados nas cidades de Jacobina e Jaguarari, no norte da Bahia. Já o município de Curaçá foi surpreendido com a terra tremendo e as residências balançando no início do ano. A população destas cidades está receosa de que uma grande tragédia, proveniente das pressões internas do planeta, que fazem as placas tectônicas se movimentarem, liberando tais pressões, esteja próxima de acontecer devido à frequência em que os tremores de terra são sentidos e com o aumento da intensidade do fenômeno da natureza em solo baiano.
O terremoto mais letal de todos os tempos aconteceu em 2004, na sexta maior Ilha do mundo, Sumatra, na Indonésia. O tremor gerou um tsunami que atingiu 14 países do Sul da Ásia e do leste da África. A tragédia deixou cerca de 230 mil mortos e/ou desaparecidos e 1,7 milhões de desabrigados.
O VarelaNet conversou com Rubens Antônio, mestre em geologia e atual geólogo do Museu Geológico do Estado da Bahia, sobre os frequentes tremores de terra em solo baiano e as consequências que os abalos sísmicos podem trazer à população local a curto, médio e longo prazo.
“A Bahia é formada por grande ilhas que se chocaram há bilhões de anos. Quando se chocaram, elas fundiram, colaram uma na outra. A fusão das ilhas não foi completa, ou seja, há cicatrizes”, iniciou Rubens, revelando o motivo pelo qual a terra está tremendo no estado.
O geólogo também pontuou que os tremores de terra são mais frequentes do que imaginamos e que terremotos já foram registrados na capital baiana. “Terremotos na Bahia ocorrem sempre. Entre 1917 e 1920 houve vários terremotos em Salvador e provou no máximo rachaduras nas casas. Não tem nenhum registro de desabamento com morte relacionado a terremotos”, contou.
Apesar dos frequentes tremores, o Estado não têm equipes específicas para atender os casos. De acordo com Rubens Antônio, não “há necessidade do treinamento de equipes”, pois o trabalho desenvolvido pelo Corpo de Bombeiros atenderia a ocorrência.
Por fim, o geólogo declarou que as pessoas não precisam se desesperar, porque não há possibilidade de acontecer um grande desastre natural causado por terremoto. “A população não deve se preocupar, no máximo as pessoas vão sentir como se fosse um caminhão passando por perto. Nas edificações mais frágeis, vão aparecer rachaçudas nas paredes, mas não vão desabar”, completou.
*Sob a supervisão do editor Rafael Tiago Nunes