NotíciasCidadeOperação Sílere: Como funcionam as ações que combateram os paredões?

Operação Sílere: Como funcionam as ações que combateram os paredões?

Varela Net conversou com o subcomandante do Batalhão Especializado de Policiamento em Eventos

| Autor: Sanny Santana

Foto: Alberto Maraux/SSP

O combate às aglomerações ocorre há muito tempo. Desde 2012, policiais militares, o Batalhão Especializado de Policiamento em Eventos (BEPE) e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), com a ajuda da Polícia Civil e a Transalvador, trabalham na Operação Sílere, para interromper festas que vão de encontro à lei e perturbam o sono do próximo.  

A pandemia conseguiu diminuir o número de ocorrências desse tipo, contudo, elas ficaram ainda mais visíveis, já que diversas pessoas insistiram em provocar aglomerações em meio à transmissão da Covid-19.  

Para entender um pouco melhor como funciona essa operação, especialmente durante a pandemia, o Varela Net conversou com o major Carlos Vinícius, subcomandante do BEPE, que trabalha como supervisor das fiscalizações.  

Ele conta que, durante as fiscalizações de bares, paredões e locais que possuem poluição sonora em geral, a Polícia Militar atua para garantir que os órgãos municipais e estaduais consigam atuar com segurança, especialmente se houver resistência dos presentes na festa. 

Ele ainda explica que existem dois tipos de resistência: a ativa e a passiva. A passiva é um tipo de resistência não violenta, quando o cidadão protesta contra a atitude da autoridade. Já a ativa, descreve uma conduta criminosa. É a resistência em que a pessoa se opõe com violência ou ameaça. Neste caso, o major diz que “são pouquíssimas as ações nesse sentido”. 

“Há muito mais resistência passiva, quando não quer dispersar, ainda permanece no local. Ele não procura ‘dar testa’, mas permanece, não pega as coisas e vai embora. Mas isso não impede a execução do aparelho do estado”, diz. 

“Nas poucas vezes que há resistência ativa, já entra o policial e já houve algumas conduções a delegacias ou por resistência ou por desacato”, completa. Apesar de assumir haver algumas situações onde é necessário conduzir o resistente, major Carlos deixa claro que é uma situação rara.  

“Tem a força policial militar e civil, eles estão preparados. As fiscalizações que há PM dificilmente há esse tipo de resistência porque a Polícia Militar está preparada para fazer a força contrária. Pode até acontecer de ter gente armada, mas eles são os primeiros a se dispersarem”, explica. 

Entre os raros casos complicados registrados pelo major, está o de um organizador do evento, que resistiu à operação policial e chegou a incitar os presentes, com um microfone, para que eles continuassem no local. Apesar disso, ele garantiu que a situação foi controlada. “A gente tem que ter a sabedoria, diálogo na situação para não ter que utilizar elementos químicos, como granadas. São alternativas táticas de controle do tumulto”, explica. 

Segundo o subcomandante do BEPE, contudo, para chegar a esse método mais “agressivo”, a polícia ainda realiza diversas tentativas de controlar a situação de outras maneiras. 

“Toda essa gestão de multidão começa muito antes. O que a gente chama de alternativa tática, que atua com granada, com inspeção mais rigorosa, muitas outras coisas são feitas para que não chegue a esse ponto. O batalhão é preparado para essa situação, mas se for preciso utilizar granada, bomba de efeito moral, lacrimogênio, o batalhão tem essa expertise”. 

“Nós fazemos com que a população tenha a oportunidade de evacuar no local. Com a chegada da polícia, a população já tem a oportunidade de iniciar a dispersão do local”, explica. Ele ainda diz que a apreensão de veículos e aparelhos sonorors, além de notificações, também ocorrem antes mesmo de utilizarem alternativas táticas. As dispersões podem durar até 1 hora. 

Ele ainda explica que o conhecimento sobre o horário em que o evento ocorrerá torna o trabalho do Batalhão muito mais fácil, já que o problema pode ser contornado antes mesmo que a festa ocorra, de fato. 

Em apenas oito meses, 1.762 estabelecimentos foram abordados, 223 aglomerações foram dissipadas e 405 veículos de quatro rodas precisaram ser abordados. 

Para denunciar aglomerações e poluição sonora, basta ligar para a Central da Cicom, no 190, ou o Disque Denúncia, no 181.  

Notícias Relacionadas