NotíciasCidadeFala povo: Onda de violência assusta população em Salvador

Fala povo: Onda de violência assusta população em Salvador

Assaltos e homicídios foram recorrentes nas últimas semanas e afetaram não só estabelecimentos, como a população da capital baiana

| Autor: João Grassi*

Foto: Domingos Júnior/Varela Net

Durante as últimas semanas, o município de Salvador, capital da Bahia, têm vivido uma forte onda de violência. Assaltos e homicídios foram recorrentes e afetaram não só estabelecimentos, como a população em geral.

O terror na cidade vem assustando muitas pessoas, que estão se adaptando como podem para evitar os impactos dos terríveis acontecimentos que tem deixado os soteropolitanos receosos até em realizar simples hábitos, como sair e voltar para casa.

A equipe do Varela Net esteve na Estação da Lapa, no Centro, conversando com algumas pessoas que contaram sobre as providências que preferem adotar, com medo de sofrer algum tipo de violência.

Com muitos serviços para fazer, o barman, garçom e também porteiro Antonio Carlos de Souza, 47, opta por não sair mais a noite, com excessão dos dias em que vai trabalhar. Ele chegou a mencionar que os assaltos no próprio bairro do Centro são frequentes.

"A violência está tanta que eu não saio mais de noite. Eu só saio para trabalhar, mas vou morrendo de medo. Aqui no Centro toda hora é assalto, gente tomando celular... Não tem um dia que a gente passe por aqui e não escute alguém gritar 'pega ladrão'. Assim vamos ficar de um jeito que não poderemos nem sair de casa, nossos filhos ficarão trancados".

Moradora da região do Uruguai, na Cidade Baixa, Ângela Araújo, de 21 anos, disse que não se sente segura em chegar na porta de sua própria casa, e também comenta sobre as mulheres estarem ainda mais expostas a qualquer tipo de violência que não seja física ou roubos, como estupro e agressão sexual.

"Cuidados para mim são indispensáveis. Eu saio do trabalho às 19h e tenho o cuidado de ligar para meu irmão mais velho e pedir que ele me espere no portão de casa, porque me sinto insegura de chegar no portão sozinha. Eu moro num lugar no bairro do Uruguai que é impensável chegar esse horário da noite sem ninguém me acompanhando. Eu evito pegar Uber sozinha a noite, evito também sair nessa faixa de horário. Para mim que sou mulher é um caso pior ainda, porque não é só a violência relacionada a assaltos ou tráfico, tem outras questões que envolvem".

Um idoso que preferiu não se identificar já não tem perspectiva de melhora na segurança pública. Ele apela para as forças divinas, diz que não há muitas soluções para evitar os impactos da grande onda de brutalidades na capital baiana e que a vida precisa continuar.

"Não tem muito o que fazer muito com a violência que está acontecendo. É uma coisa que está sendo geral e não tem o que ser feito. Tem que entregar na mão de Deus e ver o que a gente pode resolver, porque está difícil. A vida continua, não tem muito o quer fazer".

*Sob a supervisão do editor Rafael Tiago Nunes

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