Prevenção contra tragédias climáticas: o que precisa ser feito para evitar desastres?
A prevenção contra tragédias climáticas exige uma abordagem integrada que inclua medidas estruturais e educativas
Foto: Carta Capital
Nos últimos anos, as grandes cidades brasileiras têm enfrentado um aumento significativo de tragédias climáticas, como enchentes, deslizamentos de terra e ondas de calor extremas. Recentemente, tivemos aqui em Salvador um deslizamento no bairro de Saramandaia que deixou duas pessoas mortas e diversas famílias desabrigadas após fortes chuvas caírem na cidade. A combinação de mudanças climáticas com o crescimento urbano desordenado tem exposto várias pessoas a situações de risco. Mas como as cidades podem se preparar para enfrentar esses desafios?
Dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) mostram que o Brasil registrou, só em 2023, mais de 2.000 eventos climáticos extremos. Cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Recife são frequentemente citadas como exemplos de regiões que sofrem com enchentes e deslizamentos, muitas vezes afetando as populações mais vulneráveis.
Segundo especialistas, a ausência de planejamento urbano, ocupação irregular do solo e falta de investimentos em infraestrutura contribuem para ampliar os danos causados por fenômenos climáticos que, muitas vezes, poderiam ser evitados.
A prevenção contra tragédias climáticas exige uma abordagem integrada que inclua medidas estruturais e educativas. Confira algumas das estratégias mais recomendadas:
Planejamento urbano e habitação segura
É essencial que as prefeituras invistam em políticas de urbanização que incluam a remoção de moradias em áreas de risco e realocação para locais seguros. Além disso, é fundamental a construção de sistemas de drenagem eficiente, como piscinões e pavimentação permeável.
Sistemas de alerta e monitoramento
Investir em tecnologias que detectem sinais de eventos climáticos extremos com antecedência pode salvar vidas. Sistemas de alerta por SMS ou aplicativos, como o utilizado pela Codesal, têm demonstrado eficácia em informar a população sobre chuvas intensas e riscos iminentes.
Educação e conscientização
Campanhas educativas que informem sobre como agir em situações de emergência, identificar áreas seguras e compreender a importância da preservação ambiental são essenciais para preparar a sociedade.
Reflorestamento urbano e preservação ambiental
Plantar árvores em áreas urbanas não apenas melhora a qualidade do ar, mas também ajuda a reduzir ilhas de calor e a estabilizar encostas, prevenindo deslizamentos de terra.
Cidades como Curitiba, no Paraná, têm se destacado por implementar medidas de sustentabilidade, como parques lineares que evitam enchentes e programas de educação ambiental. Essas iniciativas mostram que é possível prevenir tragédias com planejamento e compromisso.
A luta contra as tragédias climáticas não pode ser adiada. Investir em prevenção é mais barato e eficaz do que lidar com as consequências de desastres. Além disso, é necessário reconhecer que as mudanças climáticas são um problema global, mas suas soluções começam localmente.
Proteger as cidades e seus habitantes é uma responsabilidade de todos. O desafio é enorme, mas a possibilidade de salvar vidas e construir comunidades mais resilientes faz com que o esforço valha a pena.