Pantanal pode enfrentar pior crise hídrica de sua história em 2024, diz estudo
O Pantanal enfrenta uma crise hídrica histórica em 2024, com seca severa e grandes riscos
Foto: MARCELO CAMARGO / AGÊNCIA BRASIL
O Pantanal enfrenta desde 2019 o período mais seco das últimas quatro décadas, e 2024 pode registrar a pior crise hídrica já observada no bioma, de acordo com um estudo inédito divulgado nesta quarta-feira (3). Encomendado pelo WWF-Brasil e realizado pela ArcPlan, o estudo revela que, nos primeiros quatro meses do ano, a área média coberta por água foi menor do que a do período de seca de 2023.
A alta sensibilidade dos sensores do satélite Planet permitiu mapear as áreas cobertas por água durante as cheias, mas em 2024 esse transbordamento essencial não ocorreu. Segundo Helga Correa, especialista em conservação do WWF-Brasil e coautora do estudo, o nível do Rio Paraguai, que deveria estar acima de 4 metros, não passou de 1 metro nos primeiros cinco meses do ano, ficando 68% abaixo da média esperada.
“De forma geral, considera-se que há uma seca quando o nível do Rio Paraguai está abaixo de 4 metros. Em 2024, essa medida não passou de 1 metro. O nível do Rio Paraguai nos cinco primeiros meses deste ano esteve, em média, 68% abaixo da média esperada para o período”, afirma Helga.
A situação deve piorar até outubro, aumentando o risco de grandes incêndios. A seca prolongada compromete a biodiversidade, os recursos naturais e a economia local. A degradação provocada por ações humanas, como construção de barragens, desmatamento e queimadas, agrava a crise hídrica, podendo levar o Pantanal a um ponto de não retorno.
Para amenizar os impactos, o estudo recomenda mapear as ameaças aos corpos hídricos, fortalecer políticas públicas para conter o desmatamento e restaurar áreas de proteção permanente. É urgente valorizar práticas sustentáveis e apoiar comunidades vulneráveis à seca.