"Não se omitam", diz Victor Meyniel sobre casos de homofobia após agressão
O ator completou 26 anos um dia após a agressão que sofreu de Yuri de Moura Alexandre, em Copacabana, depois que os dois se conheceram em uma boate e seguiram juntos para o apartamento do agressor
Foto: Reprodução/g1
As marcas da agressão sofrida no último sábado (2) ainda estão no rosto do ator Victor Meyniel. O jovem que completou 26 anos no domingo (3) espera que o estudante de medicina Yuri de Moura Alexandre pague pelos crimes que cometeu ao agredi-lo com vários socos. As informações são do g1
Em entrevista exclusiva à TV Globo, o ator contou mais detalhes sobre o encontro com Yuri e como tenta superar o episódio. Meyniel também deixou um alerta para quem passa por situações como essas.
"Existe o ato de injuria racial, homofóbica, gênero. Existe e tá na nossa cara. Existe, é crime e dá prisão. Ontem foi meu aniversário e é um presente poder estar conversando aqui (...) não se omitam, é questão de uma ajuda", orientou Victor.
Agressões
Meyniel foi agredido por volta das oito horas da manhã de sábado, após sair da casa noturna Fosfobox e ir para o apartamento de Yuri, que tinha conhecido na boate.
Segundo Meyniel, o comportamento de Yuri mudou depois que uma amiga dele chegou ao apartamento.
"Até então estava tudo tranquilo. A gente estava no sofá, não rolou nada além de beijo. A chegada da amiga dele, ele falou que tinha uma amiga que estava vindo do plantão, virou uma chave nele que eu não tinha entendido o que estava acontecendo. Eu senti o ambiente hostil", comentou Victor.
"Ele me expulsou completamente do apartamento dele com empurrões".
Victor desceu por um elevador e Yuri por outro, para ir à academia. Os se encontraram na portaria do prédio, onde a confusão continuou.
"Eu chateado e revoltado com a situação, falava: 'O que aconteceu? Por que você mudou da água para o vinho? A gente estava ficando de boa no seu sofá. Você não é assumido ou algo do gênero?'"
"Eu só lembro de ele não verbalizar nada e num ataque de fúria me colocar no chão e me socar".
Prisão em flagrante
As imagens das câmeras de segurança do prédio mostram as agressões. Yuri aparece dando socos em Victor, que está caído no chão. Yuri foi preso em flagrante e levado para Delegacia de Copacabana, que investiga o caso. Ele responderá por lesão corporal e injúria por preconceito, e pode pegar de 2 a 5 anos de prisão.
O estudante de medicina foi levado para o presídio de Benfica. Na audiência de custódia, na tarde desta segunda, a prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva.
O juiz justificou a decisão com o argumento que a extrema violência praticada contra a vítima se deu, em tese, por questões ligadas à orientação sexual, atitude que precisa ser impreterivelmente repudiada.